A depressão Elsa adiou, mas não evitou a passagem do Famalicão aos quartos de final da Taça de Portugal. Num jogo que teve quase para não se realizar, devido ao mau tempo, os famalicenses aproveitaram o pouco tempo em que a relva esteve em condições para se jogar para levar de vencida a aguerrida formação do Mafra.

Depois de eliminar o Moreirense, o Mafra queria repetir a gracinha em Famalicão, contudo os famalicenses não estiveram pelos ajustes… mas tiveram de sofrer! No fim, acabou por imperar a lei do mais forte e a equipa da I Liga, depois de eliminar Lusitânia de Lourosa e a Académica, apura-se agora para os quartos. Pedro Gonçalves, Diogo Gonçalves e Toni Martinez foram os autores dos golos do triunfo famalicense.

A equipa do Mafra, os guarda-redes das duas equipas e o trio de arbitragem estiveram em campo a fazer exercícios de aquecimento, mas rapidamente abortaram missão. Chovia copiosamente e Luís Godinho percebeu que não iria haver condições para se iniciar a partida. À hora de iniciar o encontro, os árbitros e responsáveis das duas equipas regressaram ao tapete verde, mas o teste falhou. Como mandam os regulamentos, o árbitro da Associação de Futebol de Évora esperou mais 30 minutos. No final, quando já não chovia, saiu a decisão que a contenda iria iniciar às 21h45.

Depois de tanta espera, a bola lá rolou no Estádio Municipal de Famalicão. Bem, utilizar o verbo rolar neste encontro não será a melhor das ideias, uma vez que o esférico pouco rolava no relvado. Na maior parte das vezes, ficava preso na água e, por isso, os jogadores viam-se obrigados a levantar a bola.

O resultado disto, para o futebol, não foi o melhor. Assistiu-se a um jogo de muita luta e de bola cá, bola lá. Nas bancadas, os adeptos sentiam estar a assistir a uma partida de ténis, tantas eram as vezes que tinham de virar a cabeça na direção do esférico. Não será de estranhar, então, que as oportunidades de perigo tenham sido escassas.

Os de Famalicão, que tratam a bola por tu, sentiam dificuldades em sair a jogar, enquanto os de Mafra adaptavam-se melhor ao estado do terreno. Cazonatti desperdiçou a melhor ocasião dos forasteiros ao rematar por cima. Pelos da casa, foi Anderson a fechar, que rematou rente ao poste. Pelo meio, mais uma peripécia num jogo envolvido em azar. A luz do estádio foi parcialmente abaixo, voltando sete minutos depois.

O Famalicão percebeu que não estava bem no jogo e entrou com tudo no segundo tempo. E não demorou muito para se adiantar no marcador, num lance onde o guardião da turma da II Liga não ficou bem na fotografia. Anderson disparou forte à entrada da área e Chastre confiou no golpe de vista, mas o esférico esbarrou com estrondo na trave da baliza, sobrando para Pedro Gonçalves abrir o marcador. O capitão famalicense picou o esférico, que ainda ficou preso numa poça de água em cima da linha, no entanto ainda foi a tempo de confirmar o golo.

Sete minutos depois, outro Gonçalves ampliou o marcador para os locais. Pedro isolou Diogo que, à saída de Chastre, atirou a contar.

O jogo parecia resolvido, na altura em que o relvado se mostrou em melhor estado e em que os famalicenses conseguiram colocar o esférico a rolar. Contudo, Roderick travou em falta o isolado Ayongo e foi expulso. Renascia a esperança para os forasteiros chegarem, pelo menos, à diferença mínima. Ainda assim, o esforço não foi suficiente para marcar o (merecido) golo. Este, acabou por surgir do outro lado. Depois de sofrer falta na grande área, o recém-entrado Toni Martinez converteu o penálti que fixou o placard em 3-0.

FICHA DE JOGO

Famalicão, 3

Mafra, 0

Ao intervalo:0-0

Estádio Municipal de Famalicão

Árbitro: Luís Godinho. Assistentes: Rui Teixeira e Walter Rufo

Famalicão: Vaná, Riccieli, Neheuen, Roderick, Centelles, Gustavo Assunção, Pedro Gonçalves (Cafú Phete, 77) e Racic (Ofori, 83), Fábio Martins, Diogo Gonçalves e Anderson (Toni Martinez, 80). Treinador: João Pedro Sousa (4x3x3)

Mafra: José Chastre, João Miguel, Junior Franco, Diego Medeiros (Rui Areias, 85), Juary Soares, João Tavares, Nuno Rodrigues (Flávio Silva 57), Rúben Freitas, Joel Ferreira, Gustavo Cazonatti e Paul Ayongo. Treinador: Vasco Seabra (4x2x3x1)

Disciplina: amarelo a Gustavo Assunção (45). Vermelho direto a Roderick (74)

Golos: 1-0, por Pedro Gonçalves (53); 2-0, por Diogo Gonçalves (60); 3-0, Toni Martinez (90+3)