Um golo apontado por Filipe Augusto de grande penalidade no prolongamento mostra as dificuldades que o Sporting de Braga teve para vencer o Farense, num jogo que começou equilibrado, teve depois supremacia dos algarvios e acabou com os minhotos por cima.

Jogando em antecipação, os jogadores do Farense retiraram tempo e espaço aos do Sporting de Braga, limitando a sua ação e conseguindo evitar que os minhotos assumissem o jogo. Assim, o equilíbrio imperou, e as oportunidades dividiram-se.
 
Os minhotos revelaram muita dificuldade em circular a bola, e só com remates de longe tentavam visar a baliza algarvia, mas sem êxito dado o bom acerto defensivo dos algarvios, com Delmiro e Saeed em bom plano. O saudita também esteve em evidência, nos lançamentos laterais à Maxi Pereira, arma ofensiva muito utilizada por Jorge Paixão, e que nos últimos três jogos para o campeonato rendeu três golos.
 
Só perto da meia-hora de jogo, é que os guarda-redes deixaram de estar descansados: uma grande perdida de Tiago de Leonço (28) que aproveitou um falhanço de Ricardo Ferreira para rematar por cima, quando estava na pequena área, deu início aos melhores momentos do jogo. Dois minutos depois, Aaron, num remate enrolado, proporcionou grande defesa a Vítor São Bento, que viu ainda Crislan (39) cabecear por cima, e Stojiljkovic a falhar por pouco, num remate que saiu a rasar o poste esquerdo, após uma perda de bola de Ubay em zona frontal.
 
Os algarvios reentraram bem, e nos primeiros quinze minutos criaram boas situações de golo, com destaque para as duas primeiras, em dois lançamentos laterais de Saeed: André Pinto (50) quase fazia autogolo, com o corte de cabeça a fazer a bola embater na barra, e oito minutos depois o guarda-redes bracarense segurou um cabeceamento de Delmiro.
 
Com um meio-campo muito ativo, os algarvios continuaram por cima, criando muitas dificuldades aos minhotos, ao (continuar) a não deixar impor o jogo que certamente pretendiam, e a verem a sua baliza passar por momentos aflitivos. A exceção aconteceu aos 58 minutos, num remate forte de Aaron de fora da área, com São Bento a afastar para canto.
 
Com o escoar dos minutos e com o prolongamento à vista, os minhotos aceleraram um pouco mais e começaram a pisar terrenos mais avançados, sem, contudo, criarem situações muito aflitivas para São Bento.  Um cabeceamento de Stojiljkovic (82) na área, com a bola a sair muito fraca para as mãos do guarda-redes, foi o melhor que conseguiram.

No prolongamento as coisas foram bem diferentes, com o Sporting Braga determinado em resolver logo a eliminatória. E o objetivo ficou mais perto com apenas três minutos jogados, quando o árbitro Bruno Esteves considerou que Delmiro carregou Stojiljkovic pelas costas dentro da área, assinalando grande penalidade, muito contestada pelos algarvios. Filipe Augusto não desperdiçou.
 
O Farense acusou o golo, e não conseguiu reagir. E a melhor oportunidade para dar outros números ao marcador pertenceu aos minhotos, evitada por grande defesa de São Bento em cima da linha de golo, num desvio de Hassan (101) na pequena área. Para solidificar o estatuto de melhor em campo, São Bento voltaria e evitar novo golo, aos 109, ao evitar com o pé um remate do isolado Stojiljkovic.
 
Os bracarenses carimbaram a passagem à próxima eliminatória da Taça de Portugal, mas sofreram muito para o conseguir. No tempo regulamentar a ineficácia dos algarvios custou-lhes caro, com os minhotos a imporem o seu estatuto no prolongamento.