Bruno Lage, treinador do Benfica, depois da goleada ao Cova da Piedade (4-0), em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal:

[Queria um regresso forte, satisfeito?]

- Antes demais, uma palavra para a família do Jordão. Este jogo era importante, não só pela passagem à eliminatória seguinte, mas porque queríamos um regresso forte. A equipa teve muitas oportunidades de golo, por isso estamos satisfeitos com a exibição da equipa.

[Golo de Pizzi acabou por tornar o jogo mais fácil?]

- Os jogos frente a estas equipas são assim. As equipas perdem com golos. Até esse momento tivemos várias oportunidades de golo. Primeiro com o Vinícius, depois outra com o Vinícius e outra com o Pizzi. Três oportunidades muito boas que nos podiam ter dado o golo mais cedo, mas o futebol é isto. O adversário a perder nunca abdicou de defender com o bloco baixo, mas nós fomos gerindo. Podíamos ter conseguido um resultado mais dilatado, mas não vamos por aí.

[Que espera agora do sorteio? Prefere agora um adversário mais forte?]

- Não penso nisso. Independentemente do adversário que nos sair, somos candidatos a vencer este troféu, queremos vencê-lo, por isso, independentemente de quem nos sair no sorteio, queremos chegar à final.

[Vinícius aproveitou bem a oportunidade, vai ser titular no próximo jogo?]

- Não, garantiu o que podia ter feito o Raul, o Seferovic ou o Jota. A cada oportunidade que se dá, têm de aproveitar. Quer o Vinícius, quer o Raul que também podia ter marcado esta noite. O Vinícius perdeu parte da pré-época sem treinar. Entrou no Benfica na semana de Supertaça. O querer mostrar ao treinador levou-o a ter uma lesão muscular. Agora está de volta para nos ajudar a sermos mais fortes. Aquilo que que chamo oportunidade, é render. Não sei se vai ser titular ou não, mas vai ter muitas mais oportunidades ao longo da época.

[Começou por recordar Jordão, lembra-se dele a jogar]?

- Lembro-me mais dele no V. Setúbal. Hoje passou um golo na televisão, aquele em que ele fez dois cabritos e encosta. Estava na bancada com o meu pai e lembro-me de ver esse golo ao vivo. Uma palavra também para a forma como fui recebido aqui no Piedade. Desde os meus 14, 15 e 16 anos vivi com muita intensidade aquilo que é uma equipa como é o Piedade. Era muito difícil jogar naquele campeonato distrital. Durante três anos e meio vivi com muita intensidade. As vitórias do meu pai eram as minhas, as derrotas do meu pai também eram minhas.

[O apoio dos adeptos também foi importante esta noite?]

- Sentimos sempre o apoio, é para isso que também jogamos. Foram 90 minutos a cantar e a puxar por nós. Sentimos esse apoio, também sentimos as desilusões deles. Mas com o apoio deles temos de ser um Benfica cada vez mais forte e unido.