Hugo Falcão, treinador do Cova da Piedade, em declarações na conferência de imprensa após a vitória frente ao Portimonense (2-1), na terceira eliminatória da Taça de Portugal:

[Na Taça de Portugal não há escalão nem idade?] «A Taça é uma competição única e a partir daqui definimos jogo a jogo aquilo que queremos fazer. Acho que fizemos uma primeira parte de luxo, muito inteligente, muito boa, com as coisas a correrem bem. O Portimonense, a meu, esteve um pouco apático. Depois na segunda parte virou um bocadinho, o Portimonense forçou mais no jogo direto e acabou por ganhar alguns metros e tivemos de encostar mais lá atrás, na segunda parte não estivemos tão bem. A mensagem que eu tenho é que de total respeito pelo Portimonense, é uma equipa que vai acabar de certeza entre os oitos primeiros [na Liga], pela qualidade individual dos jogadores, pelo trabalho do Folha, que é uma pessoa que teve um percurso muito bom no FC Porto e vai continuar a fazer um grande trabalho no Portimonense e acho que as pessoas devem acreditar.

[Foi pelo ataque que surpreendeu o Portimonense] Acho que nós fomos mais fortes na transição ofensiva, o Firmino desempenhou o papel que projetámos e que queremos no futuro, mas também deve-se muito à capacidade que o Miguel Rosa e o Thabo Cele de conseguirem ter bola. Era necessário termos bola para retirar ao Portimonense o aspeto em que são mais fortes, que é o jogo com bola. A partir daí acho que estivemos bem, essencialmente na primeira parte, na segunda acabou por ser observado que não estivemos tão bem mas tem a ver com o resultado. Uma vantagem de 2-0 contra uma equipa da I Liga, inconscientemente os jogadores recuam. 

«Eu tento ser coerente com aquilo que digo e a minha forma de liderar é muito pela coerência e pela competência e pela consistência. Não me sinto inferiorizado por ter menos 20 anos ou 10 anos do que alguns treinadores, até me sinto privilegiado porque as pessoas apostaram em mim e eu secalhar no momento certo tive a oportunidade e faço de tudo com o cargo que ocupo para que as coisas resultem. Acho que as coisas acabam por resultar mas também por culpa dos jogadores, têm um papel fundamental. Eu podia trabalhar muito bem, se os jogadores não acreditassem na minha mensagem não dava resultado. 

[Quem é que quer apanhar na próxima eliminatória] «É jogo a jogo, muitos treinadores gostam de apanhar um grande, eu sou mais conservador, gostava de apanhar uma equipa mais equilibrada com a minha e poder passar à próxima fase. Se eu tivesse de escolher escolhia uma equipa mais equilibrada à minha ou abaixo, nunca um grande porque os grandes têm jogadores superiroes, condições superiores, e trabalha-se muito bem em muitos clubes, portanto se puder ter um adversário um bocadinho mais baixo do que o Portimonense, adorava.»