Declarações de Abel Ferreira, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal, depois do triunfo (2-1) sobre o Praiense, que carimba a passagem para os oitavos-de-final da Taça de Portugal:

«Já tenho dito que há bons treinadores e boas equipas em todas as divisões. O Praiense veio aqui aproveitar a oportunidades de uma vida, viu-se pela sua força, pelo acreditar. Sabíamos disso, a diferença foi a grande organização do nosso adversário, fechou-se com uma linha de cinco e a verdade é que tivemos dificuldades de criar oportunidades. Conseguimos cumprir o objetivo máximo deste jogo de passar e seguimos em frente, que era o grande objetivo».

[Equipa diferente na Liga e na Taça?] «Para haver uma boa dança é preciso haver um bom par. A verdade é que depois de uma paragem muitas vezes estes jogos acabam por ser um mistério. A nossa força está no nosso jogo coletivo, em lembrar-nos todos os dias que cada vez mais somos um desafio para o nosso adversário e temos de tornar isso para nós também um desafio. No futebol tudo é possível, mesmo que a margem seja de cinco por cento, e o nosso adversário acreditou que podia sair daqui com mais qualquer coisa. Tivemos de sofrer juntos, deveríamos ter marcado mais golos e depois de fazer o primeiro controlar o jogo com bola e fazer o segundo. Cometemos um erro no penálti, faz parte. O objetivo foi cumprido. Estes jogadores são os mesmos. Não é porque hoje não demos uma goleada que esta equipa deixa de ser a mesma».

[Estreia Murilo e regresso de Raúl Silva] «Gostei, mostrou aquilo que mostra no treino. É um jogador que tem uma margem de progressão enorme. Falta ainda melhorar a última definição, de resto tem tudo, tem drible, vai para cima é um jogador que eu chamo abre-latas. Temos tempo, nós Braga, e damos margem. O Raúl teve uma paragem longa, ajudou muito na época passada, fez uma boa pré-época, teve uma lesão grave contra o Zorya e está a regressar. Vai aproveitar a vaga que o Pablo deixou, tem uma mialgia, tem de continuar a focar-se nas suas tarefas e fazer o que normalmente faz».

[Pouco mais de 3 mil adeptos é um número que preocupa?] «Tenho de ter muito cuidado como falo em relação essa pergunta. Cabe a cada um decidir o que tem de fazer, entre vir para o frio ou não, a um estádio que à noite não é apelativo e temos de o admitir, mas é como digo, tem a ver com a vontade de cada um. Tenho de agradecer aos que estiveram aqui e apoiaram. Num momento difícil do jogo, quando por vezes o que acontece é começarem a pôr uma pressão extra, os nossos adeptos foram espetaculares. Sentimos o apoio e isso foi determinante, sentimos carinho e apoio. Da minha parte um simples e humilde obrigado».