O Benfica segue em frente na Taça de Portugal. A equipa orientada por Bruno Lage passou em Guimarães (0-1) com uma entrada forte, culminada com golo de João Félix e teve depois muita capacidade de gerir jogo com grande dose de sofrimento à mistura.

João Félix decidiu a eliminatória quando estava decorrido um quarto de hora de jogo, apontando o único golo do jogo, que foi suficiente para marcar encontro com o Sporting ou com o Feirense nas meias-finais da prova rainha do futebol português. Prestação que vale essencialmente pelo resultado do Benfica e pelo consequente cumprir do objetivo. O Vitória correu atrás do prejuízo, mas faltou clarividência.

No primeiro jogo como treinador principal do Benfica, depois de dois como interino, Bruno Lage apenas mexeu na baliza encarnada, fazendo regressar Svilar para o lugar de Vlachodimos. De resto, tudo igual ao triunfo frente ao Santa Clara. Já Luís Castro operou três alterações. Miguel Silva regressou à baliza, Mattheus rendeu o castigado Tozé e a principal novidade foi Joseph: o ganês não jogava há quatro meses e meio, voltando esta noite ao onze depois de ter sido lançado pela primeira vez no Dragão.

Entrada forte, golo e gestão…

Mudando o chip para a Taça de Portugal, mas mantendo os intervenientes principais, o Benfica entrou forte no D. Afonso Henriques, agressivo na disputa de bola e objetivo na procura da baliza de Miguel Silva. Que o diga o guarda-redes, que logo aos dois minutos teve de fazer uma defesa monstruosa para travar um rasgo de Seferovic pelo corredor central.

Deu frutos à passagem do quarto de hora a investida encarnada, com João Félix a adiantar o Benfica no marcador. Lançamento longo de Rúben Dias a partir da defesa, o miúdo apareceu bem nas costas dos oponentes diretos, ficando em posição para alvejar a baliza vitoriana. Foi o que fez, com calma desviou de Miguel Silva, que ainda tocou no esférico antes de este parar no fundo das redes. Foi suficiente para decidir a eliminatória.

Com dificuldades para ter bola nos instantes iniciais, o Vitória fez por responder à desvantagem e o que é facto é que conseguiu ser mais audaz. De quando em vez esticou o jogo com qualidade até ao último terço do terreno, mas aí faltou agressividade. A agressividade que sobrou ao Benfica para travar em falta lances de potencial perigo para a baliza de Svilar.

Entrou forte o Benfica, marcou e depois geriu essa vantagem com relativa segurança. Ia falhando na derradeira decisão o conjunto de Luís Castro, que demonstrava pouca criatividade na tomada de decisão.

… mais gestão e pressão sem poder de fogo

Foi muito mais cautelosa a segunda metade. Pôs gelo no jogo o Benfica, voltou a entrar forte mas menos vertical no ataque à baliza. Trocou o esférico em zonas seguras e fez por travar uma expectável reação do conjunto de Luís Castro.

A reação foi natural do conjunto da casa, subindo de tom em proporcionalidade direta com o cronómetro. O instinto assim o obriga, e foi precisamente isso, uma corrida instintiva atrás do prejuízo, quase sempre com coração e com poucas doses de critério.

Chegou a ser sufocante o domínio do Vitória na reta final do encontro, mas no que a produtividade diz respeito os vimaranenses foram pouco acutilantes. As aproximações à área foram prometedoras, mas pouco mais do que isso. Um remate cruzado de Davidson foi o lance de maior frisson do Vitória.

Manteve-se dentro da eliminatória o Vitória, mas não teve argumentos para a discutir perante um Benfica que se encolheu demasiado na fase final, retardou o jogo, recorreu à falta e praticamente abdicou de atacar. Fez, ainda assim, o suficiente, para seguir em frente na prova rainha do futebol português.

Sexta-feira há novo round, desta feita para a Liga!