O Lusitano de Vildemoinhos eliminou este domingo o primodivisionário Nacional na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal. Os viseenses, do Campeonato de Portugal, venceram os madeirenses (4-3) após prolongamento, depois de uma igualdade (2-2) no final dos 90 minutos, num jogo que ficará na história do clube de Vildemoinhos, que pela primeira vez alcança a 4.ª ronda da prova rainha.
Os madeirenses até entraram no jogo a controlar as operações e nos primeiros 10 minutos ameaçaram o golo por duas vezes. Na primeira, Rochez (6’), após cruzamento de Arabidze, cabeceou por cima do travessão. Depois, aos 10’, foi o próprio Arabidze a rematar forte e rasteiro, para defesa apertada de Sea.
A resistência inicial dos locais durou apenas mais cinco minutos, porque Jota abriu o activo com um grande remate de fora da área. Depois de um lançamento lateral, o médio apanhou o esférico ao jeito do seu pé esquerdo e rematou forte, aproveitamento a relva escorregadia para dar maior velocidade à bola e bater Sea pela primeira vez.
O AO MINUTO DA SURPRESA DO LUSITANO DE VILDEMOINHOS
Em desvantagem, a equipa viseense sofreu nova contrariedade aos 19 minutos, face à lesão do central e capitão Calico, que obrigou o técnico Rogério Sousa a mexer cedo no encontro, colocando em campo Tiago Gonçalves.
O Lusitano FC procurou responder à desvantagem e conseguiu empatar a partida aos 27 minutos, com um golo de Nuno Rodrigues.. Márcio Rocha cobrou um canto no lado esquerdo, o médio surgiu sem marcação e cabeceou para o fundo das redes.
O Lusitano causava surpresa não só pelo resultado, mas também pela exibição personalizada diante de um primodivisionário. Com 1-1 no marcador, o ritmo de jogo diminuiu e, quando já se esperava pelo intervalo, houve ainda tempo para duas oportunidades (uma para cada lado) e um golo do Nacional. Mesmo em cima do minuto 45, Júlio César voltou a colocar os insulares em vantagem com um cabeceamento certeiro, após cruzamento bem medido de Diego Barcellos.
TUDO SOBRE A TAÇA DE PORTUGAL
Na resposta, o Lusitano desperdiçou uma chance soberana para restabelecer a igualdade. Braz surgiu com espaço na esquerda e cruzou para o lado contrário, onde apareceu Hélder Rodrigues. Sozinho e com o guarda-redes pela frente, o camisola 10 acertou no ‘boneco’ e pouco depois Artur Soares Dias mandou toda a gente para os balneários.
A segunda parte começou com mais um desperdício de Hélder Rodrigues. Num lance muito confuso na área do Nacional, os ‘trambelos’ chegaram a reclamar penálti e a bola sobrou para o avançado, que voltou a permitir a defesa ao guarda-redes madeirense.
Arabidze obrigou Sea a ‘voar’ no lado contrário e a segurar a margem mínima, que seria anulada aos 56 minutos com novo golo dos locais, de grande penalidade. Artur Soares Dias castigou um puxão de Nuno Campos a Kiko e, chamado à conversão do castigo, Murilo não tremeu e restabeleceu a igualdade.
Numa segunda parte com claro sinal mais da equipa de Vildemoinhos, Nuno Rodrigues ficou muito perto de bisar no encontro, de livre directo, com um remate que esbarrou no poste. Os madeirenses tinham dificuldades para ligar o jogo entre sectores e só conseguiram voltar a pressionar o Lusitano no último quarto de hora. Contudo, nesse período, foram os trambelos a dispor das melhores oportunidades.
Num ataque rapidíssimo, Kiko conduziu a bola até à área contrária e rematou cruzado para grande defesa de Framelin. Na sequência do lance, foi Nuno Rodrigues a testar mais uma vez a atenção do guarda-redes insular. Completamente galvanizado, o Lusitano teve ainda uma derradeira chance para evitar o prolongamento e novamente com Kiko em destaque. O avançado ganhou a bola a Nuno Campos, correu para a área e rematou forte, mas viu Framelin negar o golo com a ponta dos dedos.
Na primeira parte do prolongamento, Riascos (por três vezes) esteve perto de marcar mas o Nacional ficou reduzido a 10 elementos aos oito minutos, quando Artur Soares Dias expulsou Jota com vermelho directo.
Já no segundo tempo, os madeirenses evidenciaram nervosismo com o empate que se verificava, mas acabaram por voltar para a frente do marcador. Livre de Palocevic sobre a meia direita, bola cobrada ao segundo poste e apareceu Júlio César, de cabeça, a bisar na partida. Em vantagem, o Nacional estava perto de seguir em frente, mas Rogério Sousa esgotou as alterações e lançou Edgar Lopes, que iria empatar a partida pouco depois, num bom trabalho individual que culminou com um remate potente para o fundo das redes.
Num jogo quase sempre emocionante, estava ainda guardado o último golpe de teatro, que chegou aos 116 minutos quando o Lusitano passou para a frente do marcador. Ary cobrou um canto no lado direito e, ao segundo poste, Paulo Oliveira cabeceou para fazer o 4-3 e levar à loucura os adeptos da casa.
O Nacional ainda pressionou em busca do empate mas o Lusitano segurou o resultado e festeja uma passagem histórica à 4.º eliminatória da Taça de Portugal.