Sem Jesus, a recuperar de doença, foi Deus, João de Deus, que comandou o Benfica para o regresso às vitórias folgadas mais de duas semanas depois do último triunfo, também para a Taça de Portugal diante do Estrela.

Recuperados da covid-19, Waldschmidt, Gilberto, Vertonghen, Grimaldo saltaram diretamente do confinamento para o palco do jogo, onde esteve também, pela primeira vez em quase mês e meio, Gabriel.

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Os encarnados não fizeram uma exibição de encher o olho, continuam longe de ser convincentes, mas foram manifestamente mais competentes do que no empate diante do Nacional no início da semana.

O triunfo por 3-0 não se ajusta ao que se viu das duas equipas em campo, mas premeia um Benfica mais sólido e penaliza um Belenenses que começou a ceder por culpa própria depois da meia-hora de jogo, num período no qual os homens de Petit até pareciam confortáveis após um período inicial de ligeira superioridade das águias.

Um erro inacreditável de André Moreira e Gonçalo Silva transformou um lance controlado numa oferta para o primeiro golo do jogo, da autoria de Darwin, de regresso aos golos quase um mês depois.

Duas notas sobre o Benfica até essa altura: incapacidade para desmontar o bloco defensivo dos visitantes e lentidão de circulação apenas contrariada quando a bola chegava a Rafa ou Taarabt, que, de frente para o jogo, ia solicitando companheiros na frente.

Incapaz de gerir vantagens com segurança (dizem os últimos jogos e até Jorge Jesus), o Benfica tratou de afastar esse fantasma. Poucos minutos depois do golo inaugural, Rafa ampliou para 2-0 com um desvio ao segundo poste na sequência de um canto batido por Grimaldo e um toque importante de cabeça de Jardel.

Para a segunda parte, Pizzi foi lançado para o lugar de Waldschmidt e, do lado do Belenenses, Petit fez entrar Bruno Ramires para o lugar de Afonso Taira.

Pizzi ofereceu mais critério no último terço aos encarnados, mas os visitantes não conseguiram fazer o necessário para mudar o destino do jogo. Somaram uma ou outra transição perigosa nos primeiros 45 minutos e menos do que isso na etapa complementar.

Bem na gestão do jogo (e do esforço) a poucos dias de um dérbi potencialmente decisivo para contas no campeonato (para os do lado sul da Segunda Circular), o Benfica adotou um ritmo baixo, mas sempre de olho no erro alheio e foi mais ou menos assim que chegou ao 3-0 por Cervi aos 72 minutos.

Privada ainda de alguns jogadores, a equipa de Jorge Jesus parece já ter superado o pior da tempestade. Vitória confortável, sem exuberância, mas gestão de esforço associada. O que se quer de e antes de um jogo decisivo.