Acabaram as gracinhas do Santa Clara na presente edição da Taça de Portugal. Depois de eliminar duas equipas da Liga, o Belenenses e o Desp. Chaves, os açorianos sucumbiram em Moreira de Cónegos, mas apenas nas grandes penalidades. A aventura começou com contornos de sonho, mas o Moreirense operou a cambalhota e a equipa de Carlos Pinto levou o jogo para prolongamento para lá dos noventa. Só da marca dos onze metros a questão ficou resolvida.

Jogo de loucos em Moreira de Cónegos, a merecer mais do que 444 espectadores. No espaço de dez minutos a equipa de Carlos Pinto dispôs de duas grandes penalidades logo a abrir o encontro, beneficiou de uma entrada apática do Moreirense em campo e quase resolvia o jogo no primeiro quarto de hora. Rashid ganhou no primeiro duelo com Jhonatan, mas no segundo castigo máximo o brasileiro travou o remate do iraquiano e serviu como que de clique ao conjunto de Sérgio Vieira.

Primeiro foi Hichem a ter uma abordagem imprudente à bola e acabou por pontapear Clemente no interior da área, depois foi Koffi a ter uma entrada a destempo, acabando por, no entender do árbitro, derrubar Kaio. Dois penáltis num curto espaço de tempo que poderia ter sido decisivos.

Reação após cometer dois penáltis

Reagiu a equipa de Moreira de Cónegos, depois de uma entrada em falso, o penálti defendido foi o tal clique, e começou a controlar as operações, ainda que com enormes dificuldades para articular o seu jogo face a um Santa Clara experiente e organizado no seu setor mais recuado. Depois de o Santa Clara abrir o ativo logo ao minuto seis, Tozé reestabeleceu a igualdade quatro minutos depois da meia hora.

O médio do Moreirense parou a bola no peito e rematou à entrada da área, apesar de fraco o remate sofreu um ligeiro desvio em Vítor Alves, sendo suficiente para trair o guarda-redes Marco. Na segunda metade o central Abarhoun operou a cambalhota no marcador num lance de bola parada.

Cruzamento açucarado de Rúben Lima para o coração da área, o central marroquino saltou na cara de Marco sem oposição e cabeceou certeiro para o fundo das redes, fazendo o Moreirense passar para a frente do marcador. Carlos Pinto ajustou a equipa do Santa Clara, deu-se a reação natural, voltando os açorianos a acreditar num terceiro derrube a equipas da Liga. Jhonatan opôs-se com mestria, naquela que foi a defesa da tarde, a um cabeceamento de Fernando e Pineda atirou ao ferro na etapa complementar.

Tremia o Moreirense, voltava a acreditar o Santa Clara, ainda a tempo de levar o jogo para prolongamento. Já nos descontos Jhonatan saiu dos postes para se intrometer entre os centrais para tentar jogar de cabeça, deixou a baliza desguarnecida e viu Tiago Santana obrigar a mais trinta minutos de futebol. Prémio mais do que justo para um Santa Clara que quis sempre mais e apenas abanou depois de falhar a grande penalidade.

Santa Clara acreditou no prolongamento

No prolongamento diminuiu o grau de risco de ambas as equipas, mas ainda assim continuou por cima o Santa Clara, sendo mais audaz. Contrariamente a esse indicador pertenceu ao Moreirense a oportunidade mais perigosa. Tozé dispôs de uma grande penalidade, até cobrou bem, mas Marco fez uma defesa melhor ainda e guardou a resolução do encontro para a marca dos onze metros. Resistiu o Santa Clara mesmo acabando com dez.

No desempate através de grandes penalidades foi mais forte o Moreirense, apenas Rúben Lima desperdiçou e no Santa Clara Marcelo Oliveira não conseguiu converter, sendo que Diogo Santos atirou por cima no derradeiro penálti, dando o triunfo ao Moreirense.

Saída inglória do Santa Clara da Taça, ainda não foi desta que conseguiu vencer em Moreira e, consequentemente chegar pela primeira vez aos quartos-de-final. Fase onde marca presença o Moreirense depois de eliminar o terceiro adversário de escalão inferior. Os ventos foram favoráveis à equipa de Moreira de Cónegos, que deixaram uma imagem pálida. Merecia melhor sorte o Santa Clara.