Miguel Perrichon, o herói da única Taça de Portugal conquistada pelo Sp. Braga, estará no Estádio do Jamor para apoiar a formação arsenalista em nova final, desta vez frente ao Sporting.

O antigo jogador argentino marcou o único golo do triunfo frente ao Vitória de Setúbal, em 1966. Reformado, Perrichon vive atualmente no México e deu uma entrevista ao Maisfutebol há dois anos. Agora, regressou a Portugal para encontrar os alguns ex-companheiros de equipa.

«O meu golo foi um grande passe do Estevão, o adversário era um pouco lento e quando saiu o Félix Mourinho, foi a cobrar. Foi o golo mais belo do mundo! Mas não foi o Perrichon que deu a Taça ao Braga, foram 11 irmãos», começou por dizer, nesta quarta-feira.

Perrichon acredita na vitória do Sp. Braga por 1-0: «Têm de pensar fortemente na vitória porque só assim se pode ganhar. Em 1966, no campeonato, o Vitória de Setúbal goleou-nos e pensou que na final seria igual, mas foi outro Braga, com um coração maior que eles, espero que no domingo levantemos outra vez o troféu. O Sporting não é o Real Madrid ou o Milan, é uma equipa mais», atirou.

Canário, capitão dessa equipa de 1966, também falou sobre a final da Taça de Portugal e mostrou-se dividido: «Eu digo que vou ganhar de certeza: se ganhar o Sporting fico satisfeito e se ganhar o Braga também fico. Nuns dias acordo verde, noutros grená, pelo que decidi deixar o tempo e a bola correrem e que ganhe o melhor.»

«Eu estou aqui não por ter ido à final, foi por ter ganhado. Se quiserem, daqui a 50 anos, estar onde eu estou, ganhem», salientou o antigo jogador.

Bino, Estêvão, Armando, Zé Manuel, Zé Maria, Armando (guarda-redes), Nabo, Mário e Coimbra também marcaram presença no encontro. Carlos Carnário, segundo a Agência Lusa, lembrou Juvenal, Adão e Luciano e treinadores Rui Sim-Sim e Manuel Palmeira, já falecidos.

À margem do almoço com os antigos jogadores, o presidente António Salvador também projetou o embate com o Sporting no Jamor.

«No domingo é muito mais que um clube que está em causa, é uma cidade, o envolvimento de uma região em prol de um jogo de futebol que toda a gente quer vencer. Os adeptos vão ser os primeiros a dar força à nossa equipa para que possamos fazer um bom jogo, com crença, com rigor e com uma vontade enorme de vencer», frisou.

Perrichon lançou o desafio: quer ver o Sp. Braga a vencer o campeonato nacional. Salvador coloca água na fervura, lembrando o poderio dos grandes.

«Não vamos iludir-nos, há três clubes muito fortes em Portugal que têm outras condições de poderem ser campeões. Para sermos campeões teria que ser num ano muito mau dessas três equipas. Não há condições nem recursos para combater com eles, mas para nós o mais importante é estar mais perto deles do que dos que estão atrás de nós e é isso que temos vindo a fazer», concluiu o presidente do clube minhoto.