Abel Ferreira, treinador do Sp. Braga, em declarações na sala de imprensa do Estádio do Desportivo das Aves, após o triunfo (3-2) frente ao São Martinho, em jogo da Taça de Portugal.

[Duas partes distintas]:

«Já tive a oportunidade, enquanto jogador, de participar em vários jogos deste nível.  Disse aos jogadores que o orgulho, a humildade e o carácter não têm divisão. Para este jogo, esses valores eram fundamentais na nossa identidade competitiva.

Para mim os jogos nunca estão controlados. Entendo que treinadores e jogadores defendam que uns controlam o espaço e outros a bola.

Ao intervalo, disse aos meus jogadores: ou vamos golear ou vamos sofrer. Se por algum motivo sofrermos, vamos dar vida ao nosso adversário.

Isto são jogos de uma vida. A Taça é fértil neste tipo de surpresas e há sempre uma percentagem da equipa menos forte ganhar. A diferença de valores entre os dois conjuntos é brutal.

Quando deixámos o adversário acreditar, acontece o que aconteceu na segunda parte.

[Dyego Sousa ficou limitado nos instantes finais]:

«Ainda não sei a gravidade da lesão. Conseguia estar em campo de pé, foi um guerreiro. Um jogador meu não deixa a equipa ficar com dez jogadores.

Na altura da substituição ele vem pedir spray. Ele queria continuar, mas quando voltou ao relvado percebeu que tinha dificuldades. Guerreiro que é guerreiro tem de morrer no posto.»

[Análise à primeira parte]:

«Tinha dito na antevisão que só tínhamos um objetivo: vencer. Preparámos todos os jogos para vencer.

Começámos bem, falhámos imensas oportunidades. Estes jogos ou dão goleada ou sofremos até ao fim.

A festa da Taça é isto. Em condições normais, estes clubes não encontrarão clubes grandes.

Com um elemento a menos no processo defensivo fomos capazes de segurar o resultado. Quando estivermos no Jamor, ninguém se vai lembrar como passámos esta eliminatória.»