O Santa Clara venceu o Maria da Fonte por 2-1, está na quarta eliminatória da Taça de Portugal, mas a plateia nos Moinhos Novos despediu-se de pé e com palmas da prova.

É que a equipa de Alberto Fernandes fez por fazer Taça e não se assustou perante uma equipa da Liga. Lutou. Jogou, fez jogar, assustou - e muito - um Santa Clara com oito mudanças no onze e dificuldades em impor futebol nos Moinhos Novos. E só a entrada de Bruno Lamas em jogo deu o triunfo aos açorianos.

João Henriques só deixou Candé, César e Fernando em relação ao último jogo para a Liga, enquanto o Maria da Fonte fez sete alterações face ao jogo ante o Gil Vicente no Campeonato de Portugal.

Num relvado com alguns solavancos, as duas equipas proporcionaram uma primeira parte com poucos motivos de interesse. Muita disputa a meio campo, pouco produto ofensivo.

Sobressaiu a abnegação da equipa da Póvoa de Lanhoso, que dispôs de duas boas ocasiões. Primeiro, o cabeceamento de Cabreira foi contra a cabeça de um adversário (15m) e Marna, também de cabeça, falhou por pouco a baliza (38m).

Os açorianos só apareceram aos 41 minutos, num remate de Fernando Andrade, encaixado por Luís Miguel.

A segunda parte foi quase total antítese da primeira. Houve intensidade, ocasiões, mais qualidade e, por fim, golos. Isto num duelo entre duas equipas que só no papel pareciam ter dois escalões de diferença.

A equipa de Alberto Fernandes quase marcou após o intervalo, mas Romário falhou o desvio após canto (48m).

João Henriques sentiu a inoperância evidente a meio campo e acertaria em cheio com a alteração feita ao minuto 63, com Bruno Lamas a render Diogo Santos para, mais tarde, ser a figura do encontro.

Taça: o filme do Maria da Fonte-Santa Clara

Mas foi o Maria da Fonte a por o pé no acelerador e a cheirar o golo por três vezes. No espaço de um minuto, Tanela ultrapassou Candé e depois foi Telmo a cheirar o golo na pequena área. Em ambos os lances, César foi crucial a negar as intenções. Depois, Marna falhou por centímetros o cruzamento de Romário.

O Santa Clara tinha feito pouco até então, mas foi letal numa bola parada cobrada por… Bruno Lamas. O médio abriu o livro ao minuto 69, com uma bola calibrada para o cabeceamento certeiro de Clemente.

O mais difícil parecia feito para os açorianos, mas o Maria da Fonte respondeu de pronto e devolveu na mesma moeda. Dois minutos depois, canto de Telmo e João Oliveira, de cabeça, empatou a partida. Explosão de alegria preta e branca. Do campo à bancada.

Cheirava mesmo a Taça.

Mas a fonte de golos decidiu brotar toda de uma vez e Bruno Lamas apareceu para, ao terceiro golo em seis minutos, decidir com um remate seco de pé esquerdo, em zona frontal. Prevaleceu a lei do mais forte.

Um jogo típico de Taça, com a surpresa sempre à boca e um Maria da Fonte crente e esforçado até final. Aí, até ao fim, o Santa Clara soube gerir a vantagem e segurou o apuramento.

-

Jogo realizado no Estádio dos Moinhos Novos, Póvoa de Lanhoso.

Árbitro: Hugo Miguel.

Assistência: cerca de 1200 espetadores.

MARIA DA FONTE: Luís Miguel; Cara, João Oliveira (Bruno Oliveira, 85’), Cabreira, Ruizinho (João Paulino, 83’); Ricardo André, Romário (Miguel Ribeiro, 78’), João Paulo; Marna, Tanela, Telmo. Treinador, Alberto Fernandes.

SANTA CLARA: João Lopes; Rui Silva (Patrick, 73’), Kaio, César, Candé; Pedro Pacheco, Diogo Santos (Bruno Lamas, 62’), Chrien; Zé Manuel (Stephens, 77’), Fernando Andrade, Chrien.

Disciplina – cartões amarelos: Nuno Rafael (suplente MdF), 73’, Bruno Lamas, 75', Cara, 77’, Pacheco, 90’, Ricardo André, 90+2’.

Marcador: Clemente, 69’, João Oliveira, 71’, Bruno Lamas, 75’.