O Sp. Braga estreou-se na defesa do título com uma goleada de mão cheia ao Moitense, um dos três sobreviventes dos Distritais na Taça de Portugal, no histórico Alfredo da Silva. Com um grande ambiente de festa, a equipa da Moita ainda resistiu 40 minutos, mas os minhotos acabaram por quebrar a resistência da equipa da casa antes do intervalo e depois avolumaram o resultado na segunda parte. Um jogo que deu para tudo. Para as estreias de Gorby e Lukas Homicek e para um «bis» de Vitinha. Roger, de quinze anos, também marcou, chorou e arrancou aplausos de todo o estádio.

Grande ambiente de festa no histórico Alfredo Silva que recebeu o segundo jogo consecutivo da Taça de Portugal, depois de no sábado também ter sido o palco do Oriental Dragon-Moreirense, mas desta vez com muitos mais adeptos. Ficou a ideia que a Moita toda deslocou-se para o antigo recinto da CUF, a tal ponto que preencheram uma das bancadas centrais e obrigaram a organização a abrir um dos topos, para acomodar toda a gente.

O início do jogo ficou marcado por um pequeno incidente com a barulhenta claque do clube da margem sul do Tejo a colocar-se mesmo em cima do banco do Sp. Braga, com cânticos de apoio à equipa, abafando por completo as indicações de Carlos Carvalhal, mas acabaram, a pedido da polícia e da organização, por sair para outra zona da bancada.

Ao primeiro apito de Miguel Nogueira, o Sp. Braga assumiu desde logo a iniciativa do jogo, invadiu o meio-campo do Moitense e instalou-se ali, a trocar a bola de um flanco ao outro, à procura de um erro ou de uma nesga para visar a baliza de Pedro Fortes. Não foi por isso fácil perceber o sistema tático do Moitense que, durante muito tempo, jogou com quatro laterais e seis centrais na defesa da sua área, já cercada pelos guerreiros minhotos.

Um jogo de sentido único, portanto, com os muitos adeptos que vieram da Moita a vibrarem cada vez que a equipa conseguia afastar a bola da sua área ou que Pedro Fortes fazia uma defesa. Uma constante ao logo do jogo. O Sp. Braga deixava apenas os centrais junto ao círculo central, os laterais jogaram mais como extremos, com toda a equipa a cercar a área da equipa da casa que, com mais ou menos dificuldades, ia conseguindo suster as investidas da equipa de Carlos Carvalhal.

Ao longo de toda a primeira parte o Moitense passou apenas por duas vezes a linha do meio-campo e, numa delas, Patrick Moreira até conquistou um pontapé de canto, mas não fez um único remate à baliza de Tiago Sá. A ação esteve toda do lado contrário, com Pedro Fortes, de 1,90m, a destacar-se como a grande figura deste jogo, com uma série de defesas a adiar consecutivamente o primeiro golo do jogo. André Horta, Galeno, Chiquinho e Iuri Medeiros contaram com oportunidades flagrantes, mas Pedro Fortes segurou o nulo até aos 40 minutos, para gáudio dos adeptos.

A cinco minutos do intervalo, a estóica defesa do Moitense desmoronou-se num lance extremamente simples: Yan Couto desceu pelo flanco direito, sem oposição, e cruzou para o primeiro poste onde Mario Gonzalez cabeceou para o primeiro golo da tarde. O mais difícil estava feito, mesmo à beira do intervalo.

A segunda parte começou com um susto para o Sp. Braga, com o Moitense a entrar ao ataque e Leonardo Leiro a testar, pela primeira vez, a concentração de Tiago Sá que defendeu para canto. Mais um lance muito festejado pelos adeptos do Moitense que procuravam todos os pretextos para fazer festa. Depois o Braga voltou a pegar no jogo e, na sequência de um pontapé de canto, Bruno Rodrigues estreou-se a marcar pelos minhotos. A vencer por 2-0, Carlos Carvalhal lançou os jogadores mais jovens que tinha no banco, como Gorby, Vitinha e o adolescente Roger, numa altura em que o Moitense procurava um golo de honra.

Com o jogo mais aberto e a equipa da casa a acusar o desgaste do intenso ritmo da primeira parte, os minhotos acabaram por chegar à mão cheia de golos, com Pedro Fortes, o grande protagonista da primeira parte, a facilitar na ponta final. Vitinha fez dois golos e Roger também marcou, de cabeça, a passe de Vitinha. Foi um dos momentos do jogo. O adolescente correu para os braços de Carvalhal, não conseguiu suster as lágrimas, foi consolado pelos companheiros e aplaudido por todo o estádio de pé. Foi a festa da taça em todo o seu esplendor.

Ficha do jogo

Estádio Alfredo da Silva, no Barreiro

Árbitro: Miguel Nogueira

Assistentes: Ricardo Santos e José Luzia

Quarto árbitro: Vasco Almeida

MOITENSE: Pedro Fortes; Chainho, Mário Costa, Miguel Lampreia e Rafael Matos (Tiaguinho, 75m); Leonardo Leiro (Tomás Alves, 69m), Gonçalo Laurindo, Gui Marques (David Silva, 69m) e Rosito Carvalho (Sam Nmoruka, 61m); Filipe Maia (Pedro Reis, 46m) e Patrick Moreira.

Treinador: David Nogueira

SP. BRAGA: Tiago Sá (Lukas Homicek, 85m); Yan Couto, Tormena, Bruno Rodrigues e Francisco Moura; André Horta (Vitinha, 61m), Chiquinho e Lucas Mineiro; Iuri Medeiros (Gorby, 77m), Mario Gonzalez (Roger, 61m) e Galeno (Diogo leite, 77m).

Treinador: Carlos Carvalhal.

Ao intervalo: 0-1

Marcadores: Mario Gonzalez (40m), Bruno Rodrigues (54m), Roger (81m) e Vitinha (83 e 89m).

Disciplina: cartão amarelo a Mário Costa (57m) e Vitinha (90+1m).

Resultado final: 0-5