Séria, organizada e serena. Assim foi a vitória do Belenenses (2-0) esta tarde, na casa do Real Massamá, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal.

Numa ronda na qual algumas equipas da Liga têm passado algumas dificuldades, a formação orientada por Petit não facilitou e não se permitiu a entrar na lista de vítimas de tomba-gigantes da Taça.

Mas nem por isso esta partida não merece ser manchete devido ao fator surpresa: em mais um episódio, vamos chamar-lhe insólito, do futebol português, o treinador do Real, Hugo Martins, anunciou a saída do comando técnico da equipa... duas horas antes do jogo.

Sim senhor. Ao início da tarde, Martins deu a notícia nas redes sociais e já nem foi para o banco frente aos azuis. Essa tarefa coube a Tiago Silva.

O clube de Massamá ainda não tinha entrado em campo e, podemos dizer, já estava a perder.

Afonso Sousa e Esgaio assinam no papel superioridade azul

E essa metafórica desvantagem escreveu-se no papel com assinatura de Afonso Sousa e Tiago Esgaio logo aos 13 minutos, sem surpresa. O primeiro bailou à frente de um adversário já dentro da área e assistiu o segundo para o primeiro da tarde.

Um golo plenamente justificado e que só facilitou ainda mais a tarefa aos homens de Petit. O treinador de 44 anos deu-se até ao luxo de tirar um médio logo à meia-hora e lançar no jogo Cassierra, um homem de área.

É que o Belenenses simplificou, de facto, o jogo. Com apenas três alterações em relação ao empate com o Rio Ave – Kritciuk, Taira e Cassierra deram o lugar a André Moreira, Cauê e Miguel Cardoso –, a equipa apresentou-se compacta, organizada, e foi gerindo o ritmo à boleia da qualidade do trio da frente, principalmente de Afonso Sousa – muita atenção à exibição do jovem formado no FC Porto.

A segunda parte como a primeira: golo a abrir para depois gerir

A segunda parte foi fotocópia da primeira. Os azuis entraram fortes, marcaram logo no início, por Miguel Cardoso (49 minutos) e estiveram perto do terceiro um par de vezes – Cassierra atirou pouco depois do tento de Cardoso ao poste.

O Real, esse, foi sempre muito inofensivo. Só aos 82 minutos, por exemplo, é que rematou à baliza de André Moreira, o comunicativo guarda-redes da equipa visitante que foi um espectador privilegiado da partida.

Até ao apito final de Nuno Almeida, o Belenenses geriu sempre sem sobressaltos as incidências do jogo, e avança com tranquilidade para a quarta eliminatória da Taça. Mérito dos homens de Petit, que tornaram simples aquilo que podia ser complicado.

FICHA DE JOGO

Real Sport Clube-Belenenses SAD, 0-2

Complexo Desportivo do Real Sport Clube

ONZE DO REAL: Catalin Moraru, Romário Carvalho, Daniel Almeida, Vítor Sanches e Ibraim Cassamá (85m); Carlos David (70m), Rui Batalha (85m) e João Gabriel (57m); Marcos Barbeiro, Diogo David e Mateus Fonseca (57m).

Suplentes Real: Diogo Miranda, Sandro Silva, Ballack (57m), Igor Tkalcik (85m), Rodrigo Martins (70m), André Salvador (85m) e João Lameira (57m).

ONZE DO BELENENSES: André Moreira, Cafu Phete, Henrique e Tomás Ribeiro; Tiago Esgaio (83m), Bruno Ramires (30m), Cauê e Rúben Lima; Miguel Cardoso (75m), Varela (45m) e Afonso Sousa (83m).

Suplentes do Belenenses: Stanislav Kritciuk, Diogo Calila (83m), Mateo Cassierra (30m), Danny Henriques, Sithole (83m), Jordan Van der Gaag (75m) e Richard Rodrigues (45m).

Árbitro: Nuno Almeida (A.F. Algarve).

Assistentes: Rui Teixeira e Hugo Coimbra.

DISCIPLINA: nada a registar.

GOLOS: Tiago Esgaio, 13 minutos; Miguel Cardoso, 49 minutos.