A formação do São João de Ver chegava a Vila do Conde com um sonho – as inéditas meias-finais da Taça de Portugal. Que um lugar entre as quatro melhores equipas da prova-rainha do futebol nacional fosse malapeiro.

A equipa que representa uma freguesia de Santa Maria da Feira, com cerca de 11 mil habitantes, levou mais de 700 adeptos até ao Estádio dos Arcos. Antes do jogo, a conta oficial do clube já escrevia que, independentemente do resultado, era um jogo ganho pelo emblema da Liga 3. E o resultado, esse, acabou por fixar-se em 2-1 para o Rio Ave, com um golo aos 90+8 minutos. Restou a vitória moral aos aveirenses.

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Afonso Cabral, jovem treinador do São João de Ver que em tempos foi estagiário no Maisfutebol, apresentou o habitual 4-3-3 em Vila do Conde e não aparentou jogar de forma mais contida do que o habitual. Essa postura valeu-lhe algumas chances de golo no início da primeira parte.

Desde logo, com um golo anulado aos 15 minutos. Miszta perdeu a bola das mãos e João Victor atirou para dentro da baliza. No entanto, o avançado obstruiu o guarda-redes e foi assinalada falta. Dois minutos depois, grande penalidade para os forasteiros, concedida por Nelson Abbey.

Grande penalidade convertida pelo experiente Ruca, que passou por Feirense, Vitória de Setúbal ou Mafra e muita festa dos adeptos do São João de Ver. As celebrações podiam repetir-se, não fosse uma bela intervenção de Mistza a evitar o 2-0 na sequência de um canto.

Porém, aos 34 minutos, o Rio Ave chegou ao empate no único momento em que a defensiva do São João de Ver se desequilibrou. Olinho recebeu no corredor direito com tempo e espaço, cruzou rasteiro para Clayton e este, com um empurrão no defesa, ganhou a oportunidade de rematar dentro da área. Marcou.

Insatisfeito com o que via, Petit fez três alterações antes da hora de jogo. Kiko Bondoso, João Novais e João Graça renderam Morais, Olinho e Tiknaz. Tudo jogadores do meio-campo. As dificuldades mantiveram-se na criação de chances, mas isso em muito e deve à atitude defensiva dos forasteiros, embalados pelos adeptos.

O Rio Ave assegurou a sétima passagem às meias-finais da Taça de Portugal já nos descontos. Em modo 'emergência', a equipa ganhou um livre no corredor direito aos 90+7 minutos. Bola batida ao primeiro poste desvia nas costas de um defesa do São João de Ver e Clayton estava no sítio certo para marcar de cabeça. Desalento e lágrimas dos forasteiros, alívio dos vilacondenses.

Segue-se o Sporting ou Gil Vicente nas meias-finais, algo que o Rio Ave não conseguia desde 2015/16.