Douglas, o único sobrevivente da única Taça de Portugal ganha pelo V. Guimarães, voltou a pôr a equipa no Jamor. Defendeu um penálti nos descontos de um jogo louco em Chaves e segurou o apuramento. Quatro anos depois, o Vitória está de novo na final, a sétima da sua história. Depois de uma noite épica, com ambiente à altura. Feliz para os vimaranenses, cruel para os de Chaves.

«Há derrotas que são saborosas e esta é a única da minha carreira.» O desabafo de Pedro Martins em cima do apito final dá a expressão do momento. Depois de o Vitória ter ganho a primeira mão por 2-0, o D. Chaves entrou praticamente a ganhar na segunda mão, marcou mais um e viu um terceiro anulado ainda na primeira parte, cujo principal resultado foi a expulsão do treinador Ricardo Soares por protestos.

Ainda assim o D. Chaves marcou o terceiro e esse golo de Nuno André Coelho completava a reviravolta. Um golo de Marega a meia hora do fim voltou a colocar o Vitória na frente, mas este não era o fim da história. Já o relógio marcava os descontos quando um penálti sobre Davidson deixava os transmontanos de novo à beira da final. E Douglas defendeu o remate de Braga.

Foi um regresso para Douglas, que tinha feito até agora apenas um dos jogos da campanha do Vitória na Taça de Portugal. Miguel Silva foi o dono da baliza em todas as partidas, menos no encontro dos oitavos de final com o Vilafranquense, quando estava castigado. Agora o jovem guardião está lesionado e Douglas voltou para ser decisivo.

Herói, não pela primeira vez. Já foi protagonista há quatro anos, quando defendeu duas grandes penalidades no desempate frente ao Marítimo que colocou o V. Guimarães nos quartos de final.

Essa caminhada só acabou com a conquista da Taça. O V. Guimarães, então orientado por Rui Vitória, o agora treinador das «águias», venceu o Benfica na final, por 2-1. Foi a única conquista dos minhotos, que já tinha estado antes cinco vezes na decisão. A primeira em 1942, perdida para o Belenenses. Depois 1963, frente ao Sporting, a seguir 1976, frente ao Boavista. Depois duas finais perdidas para o FC Porto com 23 anos de intervalo, em 1988 e em 2011.

Agora, está a vista a reedição da final de 2013. Com Rui Vitória do lado de lá. Naquele 26 de maio de 2013 o V. Guimarães deu a volta ao jogo. Depois de Gaitán ter colocado o Benfica na frente à meia hora, Soudani e Ricardo Pereira viraram a decisão em três minutos. Vitória por 2-1, a Taça era de Guimarães. Recorde aqui esse dia.

A outra meia-final joga-se nesta quarta-feira e o Benfica defende frente ao Estoril a vantagem de 2-1 trazida da Amoreira.