O Vitória segue em frente na prova rainha do futebol português, deixando pelo caminho o Vizela. Em mais um duelo minhoto da IV eliminatória da Taça de Portugal, no D. Afonso Henriques foi precisa mais meia hora de futebol para definir o vencedor da eliminatória. Um penálti no resgatou o Vitória para um triunfo (2-1) que, durante grande parte do jogo, parecia certo.

Safira foi o autor do golo do triunfo, no prolongamento, num jogo em que os vizeleneses acabaram reduzidos a nove elementos – expulsões de Anderson e de Tomás Silva já depois do segundo golo da equipa da casa. Os vimaranenses tiveram o jogo na mão, adormeceram e permitiram que o Vizela reentrasse na discussão do jogo.

Mesmo tratando-se de um duelo entre vizinhos e de um jogo a eliminar, a verdade é que os dois conjuntos entraram em campo pouco intensos – à boleia de um D. Afonso Henriques a meio gás com pouco mais de 7 mil espectadores – e sem grandes rasgos dignos de registo. Mesmo nesse cenário, com naturalidade o Vitória chamou a si as rédeas do jogo.

Faltava, contudo, mais critério na definição para comprometer a organização vizelense. Num dos muitos lances ofensivos do conjunto da casa, à passagem da meia hora a supremacia do Vitória deu frutos. Hélder Sá cruzou na esquerda, na área, perante a ameaça de Anderson Silva, Bruno Wilson cabeceou contra o seu colega – Anderson – acabando a dupla por introduzir a bola na própria baliza.

Praticamente inexistente ofensivamente, à exceção de um remate de Etim, o Vizela acusou o golo e passou a sua pior fase a seguir à desvantagem. Com combinações interessantes e várias jogadas atacantes promissoras, saltou uma vez mais à vista as carências no conjunto de Moreno em termos de definição.

Raphael Guzzo e Kiko Bondoso foram opções de Álvaro Pacheco ao intervalo, dois habituais titulares, pretendendo acrescentar ao Vizela maior capacidade para ombrear pela eliminatória. A equipa do Vizela ressentiu-se disso, teve mais clarividência e conseguiu arquitetar lances passiveis de serem finalizados.

As tentativas vizelenses iam sendo tímidas, mas o Vitória de Guimarães também não conseguia ser incisivo para fazer um segundo golo. Neste limbo, o Vizela aproveitou o facto de o Vitória ter adormecido para chegar ao empate ao minuto 81. Cruzamento de Samu na esquerda, de primeira, e também de primeira, acabado de entrar, Zohi finalizou com as medidas certas.

Bom golo e no último lance do encontro o Vizela até podia mesmo ter dado a volta ao resultado. Celton Biai escorrega e quase vê Osmajic desviar para o fundo das redes. Final do tempo regulamentar de nervos, a obrigar a mais meia hora para se definir quem segue em frente na Taça de Portugal.

Reorganizou-se o Vitória, e foi novamente a equipa que mais procurou o triunfo, ainda que com algumas desconfianças. De penálti, após um derrube de Luiz Felipe a Jota Silva, o avançado Safira bateu o ex-colega – jogaram juntos na B SAD o ano passado – e encaminhou o triunfo dos vimaranenses.

Regresso aos triunfos do V. Guimarães após a derrota em Alvalade: quarta derrota consecutiva do Vizela, que salta fora da Taça mantendo o registo histórico: nunca venceu em Guimarães. Segue em frente o Vitória, com um triunfo mais complicado do que o que aparentava, muito por culpa própria.