Frio, chuva, muita chuva, mas nem por isso o mau tempo para um FC Porto que na Taça só sabe golear.

Depois do 5-0 ao Coimbrões, os dragões venceram agora o V. Setúbal por 4-0 e seguem para os oitavos-de-final.

Só para início de conversa, na estreia de Julio Velázquez no comando técnico sadino Sérgio Conceição fez apensas uma mudança em relação ao onze que venceu no Bessa para a Liga: Diogo Leite entrou para o lugar de Marcano.

Marchesín e Luis Díaz foram os reabilitados na medida do possível do quarteto sul-americano, que havia sido castigado. Fora dos convocados destaque para a ausência por opção de Matheus Uribe, além da mais habitual não convocatória de Saravia.

Com Corona e Otávio a dinamizarem o jogo ofensivo sobre os flancos, ou em combinações interiores, o FC Porto apareceu claramente por cima no jogo.

A ameaça de uma chuva de golos, porém, só viria a concretizar-se depois de dado o alerta vermelho. André Sousa foi (bem) expulso aos 32m, num lance em que se desinteressou da bola e derrubou Corona, que podia seguir isolado para a área. No momento seguinte, Telles disparou um petardo à baliza e Mbemba abriu o marcador de cabeça.

FC Porto-V. Setúbal, 4-0: destaques do jogo

Estava dado o mote para um triunfo sem contestação sobre os vitorianos e que até peca por escasso. Fábio Silva, acabado de ser distinguido com mais elevada clausula de rescisão da história do futebol português, haveria de encaminhar ainda mais a vitória ainda antes do intervalo, ao fazer o segundo após combinação de Corona com Otávio.

O frio não arrefeceu os motores da retroescavadora portista, que continuou qual rolo compressor a passar por cima de um V. Setúbal que só atacava a espaços e quase sempre em iniciativas de Berto. Os primeiros 15 minutos do segundo tempo chegaram para atingir a goleada. Jubal traiu Makaridze três minutos antes de Corona servir Marega – muito comprometido e acabado de receber o Dragão de Ouro para jogador do ano – para sentenciar o resultado final a meia-hora do fim.

Demasiado simples, demasiado fácil. A máquina portista podia continuaria a carburar, com uma fluidez que se viu em poucos jogos nesta época, mas o pé foi levantando do acelerador num jogo que serviu para dar ritmo a Aboubakar e oportunidades a Soares e Nakajima, que ainda enviou uma bola à trave.

Numa tarde de frio e chuva, o Dragão teve direito à serenata possível.

Fumegou, deitou chamas e mostrou centelhas de bom futebol.

Antes do duelo na suíça com o Young Boys, decisivo para a permanência na Liga Europa, saiu do estádio a cantar, qual Gene Kelly: «I’m singing in the rain. What a glorious feeling. I’m happy again.»