Vindo de uma eliminação na Taça e de um empate para a Liga em Alvalade, o Sporting mostrou que o momento que atravessava era, afinal, um falso negativo.

A equipa de Ruben Amorim foi ao lugar mais recôndito da alma resgatar a esperança que parecia ter começado a escapar quando Marega desatou um jogo nivelado por baixo ao minuto 79.

FILME, FICHA DE JOGO E VÍDEOS

Condicionado pela zaragatoa mas não só, o FC Porto apresentou-se em campo com cinco alterações comparativamente com o clássico frente ao Benfica. Sobretudo sem Sérgio Oliveira, figura central desde dragão de 2020/21, o agitador Luis Díaz, a profundidade Taremi e o híbrido Otávio, que continua de fora.

O Sporting também não pôde contar com os habituais titulares Neto e Nuno Mendes, nem com Sporar, mas na contagem de espingardas foram os azuis e brancos quem ficaram com o paiol mais vazio.

Ainda assim, o campeão nacional esteve por cima durante largos períodos da primeira parte. A jogar no corredor central, nas costas de Marega, Jesús Corona foi o principal municiador do jogo do FC Porto, com bolas para as costas da defesa a três do Sporting e uma aproximação ao golo.

Mesmo sem terem de se preocupar com Taremi, a cumprir castigo, Feddal, Gonçalo Inácio e Coates sentiram dificuldades para controlar as penetrações de adversários: Marega, Zaidu e até Uribe conseguiram furar o bloco leonino em pelo menos três ocasiões.

O Sporting virou a meia-hora de jogo sem qualquer remate efetuado, mas a partir daí conseguiu travar o ímpeto portista com a reta final da primeira parte à vista, quando Pedro Gonçalves e Tiago Tomás assumiram protagonismo.

Ainda assim, foi nesse período de maior estabilidade dos leões que os dragões construíram a melhor oportunidade de golo até então. João Mário, uma das novidades reservadas por Conceição (e gigante dor de cabeça para Antunes), trabalhou bem sobre o lateral, rematou para corte de Coates na pequena-área e, na recarga, Marega acertou no poste esquerdo.

Na segunda parte, o jogo foi mais dividido, mas começou com uma perdida de Uribe no coração da área.

Em campo viam-se duas equipas tendencialmente incapazes de agitar o jogo, mas Nuno Santos ainda ameaçou adiantar o Sporting no marcador em duas ocasiões.

O jogo das substituições já estava em marcha quando Marega arrancou pelo corredor central e aproveitou a passividade defensiva leonina para atirar para o golo dos azuis e brancos.

Em vantagem no marcador, Sérgio Conceição refrescou o ataque com Toni Martínez e fez entrar Nanu, mais rápido e fresco do que Corona para as missões defensivas.

Mas não só o dragão foi incapaz de fechar o jogo a sete chaves, como por essa altura já estava em campo o homem que assinaria um inesperado (claro) plot twist que destroçou a ligeira superioridade portista ao longo da maior parte do jogo.

Jovane Eduardo Borges Cabral.

O avançado cabo-verdiano empatou ao minuto 86 com um remate indefensável e assinou a reviravolta já bem dentro de compensação, na conclusão de uma rápida jogada de contra-ataque iniciada numa recuperação de bola de Coates.

Desassossego, alma, prova de maturidade e de saúde. Leão em crise? Falso negativo.