Ponto prévio! No Belenenses-Leixões, esta quarta-feira à tarde, não se jogava mais do que a dignidade de dois emblemas históricos do futebol português. Matematicamente afastados da Taça da Liga restava-lhes lutar para evitar o último lugar do Grupo D da competição.
 
No fundo, cair de pé.
 
No nono jogo de Julio Velázquez no comando técnico dos azuis do Restelo, o técnico espanhol aproveitou o contexto para promover uma autêntica revolução no onze, apresentando de início nove caras novas em relação ao encontro com o V. Guimarães no fim de semana passado. Desse jogo de loucos (3-3) «sobreviveram» apenas Miguel Rosa e André Sousa. O treinador do Belenenses, que já disse não ser adepto de «autocarro» aproveitou para testar pela segunda vez (já o tinha feito contra o Rio Ave, também para a Taça da Liga) uma fórmula ofensiva com a adaptação de dois extremos – Fábio Nunes e Tiago Almeida – às laterais.
 
Do lado do Leixões, Pedro Miguel aproveitou também para fazer algumas alterações. Afinal de contas, a luta da equipa de Matosinhos trava-se por outras paragens: pela manutenção na II Liga.

FILME E FICHA DE JOGO
 
Num jogo sem sal e pimenta que justificasse uma ida ao estádio (assistência fraca no Restelo), cumpriu-se a lei do mais forte. O Belenenses ganhou e nem precisou de forçar muito a nota.
 
Aos nove minutos, Tonel aproveitou uma defesa incompleta do guarda-redes do Leixões para abrir a contagem a favor da equipa da casa.
 
Mais tranquilo e, sobretudo, personalizado, o Belenenses esteve sempre no comando das operações perante um Leixões frígido, incapaz de fazer mossa em jogadas de ataque organizado.
 
O intervalo chegou com a equipa lisboeta na frente do marcador. Sem stress e com uma ou outra oportunidade para ampliar o resultado.
Ao intervalo, Julio Velázquez deixou Miguel Rosa e André Sousa (os únicos resistentes do tal jogo com o V. Guimarães) nas cabines. Para os seus lugares lançou Rúben Pinto e Filipe Ferreira, apostando numa defesa a três. Mais uma experiência de laboratório de um técnico que aterrou no Restelo há pouco mais de um mês para render Ricardo Sá Pinto.
 
O Leixões entrou com outra atitude no segundo tempo mas tirando um remate do extremo chinês Shiao Wei e uma defesa atenta de Ricardo Ribeiro, pouco ou nada mais vez e nem mesmo o facto de o Belenenses ter jogado quase meia hora reduzido a dez elementos (Tiago Almeida foi expulso por acumulação de amarelo) trouxe alguma incerteza ao jogo.
 
Com menos um, os azuis consumaram o xeque-mate à boleia do recém-entrado Juanto. O espanhol, contratação de inverno do Belenenses, não engana. É bom de bola e não precisa de muito tempo para o mostrar. Fê-lo com um golo na receção ao V. Guimarães e voltou a fazê-lo nesta tarde. Numa das primeiras ações em campo, isolou Betinho para o 2-0 aos 69 minutos.
 
O avançado de 23 anos apontou ainda o 3.º e 4.º golos da equipa da casa. Primeiro (79’) com um remate forte a cerca de 30 metros e aos 86’ só precisou de encostar para selar as contas no Restelo.
 
Frente a um Leixões débil, o Belenenses cumpriu a missão no adeus à Taça da Liga. Caiu de pé com uma goleada e até deixou sinais animadores para o futuro. O Leixões averbou a terceira derrota consecutiva por 4-0. Preocupante, não?