Desta vez foi Raúl Jiménez a dar um presente aos adeptos do Benfica. O mexicano saiu do banco para, ao minuto 90, marcar o golo da vitória sobre o Nacional, na abertura do Grupo B da Taça da Liga.
 
Frente a um Nacional bem organizado e também atrevido, a equipa de Rui Vitória voltou a mostrar muitas limitações ofensivas e ficou, uma vez mais, entregue a um rasgo individual. Se frente ao Rio Ave tinha sido Jonas a carregar a equipa às costas, agora foi Raúl Jiménez a garantir o triunfo nos instantes finais. Mudou o herói, mas não a qualidade de jogo.
 
O Benfica acaba o ano a vencer, é certo, mas o nível exibicional é tudo menos tranquilizador na entrada para 2016.
 
Rui Vitória recorreu pela primeira vez a Ederson e Lindelöf, e o guarda-redes brasileiro teve de aplicar-se logo aos dois minutos, com um remate inesperado de Washington, uma das oito novidades do «onze» do Nacional.
 
O Benfica apresentou seis caras novas, entre as quais Talisca, autor do primeiro lance de perigo da equipa da casa, um remate de fora da área que saiu ao lado (4m), naquela que foi a única ação digna de registo do jogador brasileiro.
 
Previsível e trapalhão, o Benfica esteve dependente de Carcela na primeira parte. Titular pela segunda vez, o antigo jogador do Standard começou com duas fracas tentativas de pé direito, que mal assustaram Gottardi (8 e 10m), mas à terceira tentativa, só com o guarda-redes do Nacional pela frente, atirou ao lado (36m).
 
Pelo meio o Nacional criou duas situações de perigo em lances de bola parada, mas o cabeceamento de Alan e o livre direto de Sequeira mal assustaram Ederson.
 
Da ansiedade aos trunfos
 
Ao intervalo ambos os treinadores decidiram mexer nas equipas: Rui Vitória trocou Cristante por Renato Sanches e Manuel Machado lançou Willyan para o lugar de Camacho.
 
O Benfica mostrou-se demasiado ansioso logo no arranque da etapa complementar, aumentando ainda mais o índice de passes falhados, e depois incapaz de travar as transições rápidas do Nacional que, logo a abrir, criou duas situações muito perigosas. Primeiro com um remate cruzado de Luís Aurélio que Ederson desviou (48m), e depois num lance em que Lisandro evita o remate de Gustavo, já com o guarda-redes batido (55m).
 
Rui Vitória não esperou mais e lançou Jonas, que assim que entrou em campo testou a atenção de Gottardi (59m). Farol da equipa, o avançado brasileiro voltou a criar perigo ao minuto 86, com um cabeceamento após um canto na direita, mas desta vez o abono da família encarnada foi outro: lançado ao minuto 77 para o lugar de Mitroglou, Raúl Jiménez voltou a ser decisivo. O cronómetro estava a chegar ao minuto 90 quando o mexicano apareceu na área para, de pé direito, corresponder a um cruzamento de Pizzi.
 
Um momento de alívio para os 20 mil adeptos presentes na Luz, a fechar o ano, mas um desfecho algo injusto para aquilo que se passou em campo.