O Sporting definitivamente tem um lado B.
 
Não é uma versão de bês, porque na verdade, e do onze inicial, apenas dois jogadores não faziam parte do plantel principal, mas é um lado B de jogadores menos utilizados e jovens promissores. É uma mistura de jogadores que sabem ser competentes e sérios.

Por isso este B é sobretudo de balizado: no sentido distinto do termo.
 
A vitória em Guimarães, na primeira jornada, serviu para moralizar a rapaziada, e fê-lo de tal forma que esta noite, na estreia de muitos deles em Alvalade, o Boavista pouco mais fez do que defender.
 
Através do rigor da defesa, sempre (ou quase sempre) bem protegida por Oriol Rosell, antes de ser expulso, mas através do rigor da defesa, dizia-se, da energia de Slavchev, do talento de Gauld e da verticalidade de  Podence, o Sporting empurrou desde o início o Boavista para terrenos defensivos.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
 
Pressionava alto, recuperava rapidamente a bola e depois procurava atacar a baliza de Monllor com paciência: bola para um lado, bola para o outro, até que alguém esticava o futebol.
 
Podia ser Podence na esquerda, podia ser Slavchev através de uma abertura da direita para esperar o cruzamento na área, podia ser até através da inteligência de Gauld para aparecer nos espaços vazios.
 
Havia soluções, e mais do que isso notava-se que havia soluções preparadas em casa.
 
Sim, nestas duas vitórias leoninas há muito mérito de Marco Silva. Mas há sobretudo mérito de um grupo de jogadores que quer levar muito a sério a Taça da Liga para com isso somar minutos.

Tanaka e Gauld, os maiores destaques do jogo: ora veja
 
Ora nesse sentido o Sporting entrou no jogo a criar perigo. Tanaka, logo a abrir, não conseguiu marcar na cara do guarda-redes. Depois o mesmo Tanaka foi lento a responder a dois cruzamentos e Ryan Gauld falhou, também ele, na cara de Monlor, quando já se gritava golo em Alvalade.
 
O Boavista, esse, limitava-se a defender. A formação de Petit só criou uma verdadeira ocasião de golo em todo o jogo: na sequência de uma bola parada, o chinêsWei Shihao ganhou ao primeiro poste a Naby Sarr (muito incompreensivelmente, é verdade) e cabeceou a rasar o poste.
 
E foi tudo.
 
Mesmo depois de Oriol Rosell ser expulso, à passagem da hora de jogo, por duas faltas em cinco minutos que lhe valeram dois amarelos, o Boavista continuou sem capacidade para atacar.

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O Sporting não se deixou diminuir pela inferioridade numérica e chegou ao golo: De penálti, por Tanaka, que parece só ser capaz de marcar de bola parada: terceiro golo, terceira bola parada. O próprio Tanaka, curiosamente, tinha lançado Gauld para a área, antes do escocês sofrer a falta que deu origem à tal grande penalidade.
 
Depois disso o Boavista cresceu um bocadinho, é verdade, mas pouco.
 

No fundo foi uma vitória incontestável do Sporting, que somou a segunda vitória em dois jogos da Taça da Liga e ficou perto do apuramento para a próxima fase. Pelo caminho mostrou que tem no balneário um grupo de jogadores sérios e competentes: é esse o mérito do lado B desta equipa.

Um B de balizado.

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