Carlos Carvalhal, treinador do Rio Ave, analisa a vitória em Alvalade, para a Taça da Liga (1-2):

«Antes de mais queria dizer que o árbitro deu oito minutos de compensação, plenamente justificados, mas ao mesmo tempo quero dizer que as minhas equipas nunca fazem antijogo. É visível a contusão do Messias na cara. O meu guarda-redes não tem jogado, e estava com caibras. E na substituição que demorou mais a fazer eu estava a jogar com dez jogadores, não ganhada nada com isso. Mas os oito minutos foram plenamente justificados, e acho que é assim que deve ser.»

[sobre a troca de última hora, com o lesionado Aderllan Santos a ceder o lugar a Junio, e uma análise ao jogo] «Sem bola jogámos em 4x4x2. Quando a bola vinha da esquerda para a direita, o Diogo Figueiras afundava um pouco atrás, e o Gabrielzinho preenchia o espaço dele. O Junio jogava por dentro, tendo em conta os dois avançados do Sporting, e o Gabrielzinho era importante para sair em transição nas costas do Borja. Os jogadores executaram isso na perfeição. Com bola a ideia era sair a três. A ideia era ficar com bola, cansar o Sporting, instabilizar o Sporting. Aqui e ali conseguimos fazê-lo. Não tivemos uma boa entrada, depois conseguimos estabilizar, não fomos tao incisivos no ataque quanto costumamos ser, mas conseguimos fazer um golo.»

«Depois entrou o Filipe [Augusto, ao intervalo], mas voltámos a entrar mal no jogo e perdemos o controlo do mesmo. Não conseguimos ter bola e sair para o ataque, e fizemos uma correção que achámos importantíssima. O Piazon passou para a frente do Filipe e do Jambor, com o Gabriezinho na esquerda, e depois a troca do Diogo Figueiras pelo Mané, pois queríamos vencer. Acabámos por ter a felicidade de fazer o 2-1. Não vou dizer se é justo ou não, não sei se há vitórias justas. Trocámos oito jogadores, mudámos um pouco a face da equipa, mas a ideia geral está lá, e a entrega foi total. Só pelo facto de trocamos oito jogadores e conseguimos uma vitória aqui, faz-me ter um orgulho enorme nestes jogadores. Não é um onze de carácter, é uma equipa de carácter.»

[claro o segredo para vencer duas vezes em Alvalade, no espaço de um mês?] «Não há segredos. Foram dois jogos muito bem preparados. Mantivemos a nossa impressão digital, com um futebol positivo. Não há chutão para a frente. »

[fez uma dupla substituição a pensar no ataque… se a situação do Sporting fosse outra também teria feito?] «Claramente que sim. Se olhar para o nosso histórico, raramente metemos médios ou defesas. Mesmo a ganhar. A ideia é sempre manter o nível de pressão na primeira fase de construção. Daí a entrada do Bruno (Moreira). Posso confidenciar que a ideia era colocar o Mané e o Bruno na frente, para estancar essa primeira fase, mas dadas as circunstâncias do jogo tivemos uma opção diferente. Saí de Portugal há dez anos, andei pelo mundo, e não sou o mesmo treinador. Mal seria. A passagem por Inglaterra, e também pelo Besiktas, tornou-me um treinador mais ofensivo. Felizmente tenho uma equipa que me dá garantia de discutir os jogos em todo o lado. Mas sabemos também que não vamos ganhar os jogos todos. Vai chegar o dia em que vão olhar mais para o Rio Ave e verificar que está aqui uma grande equipa, a praticar um bom futebol.»

[sobre a troca de Tarantini por Filipe Augusto, ao intervalo] «Era a única que estava programada. Temos jogo no domingo. Não abundam médios no plantel. O Tarantini, por ser capitão, pela personalidade, por empurrar a equipa para a frente, a pressionar, decidi que ele ia começar o jogo. Mas era uma substituição programada, para dividir o tempo com o Filipe, e ter os jogadores recuperados para o jogo com o FC Porto, no domingo.»