O Benfica despediu-se de 2017 com o terceiro empate em outros tantos jogos na Taça da Liga, num jogo em que Rui Vitória optou por poupar as principais peças para o dérbi que vai marcar o início do novo ano. É verdade que este jogo era apenas para cumprir calendário, já com o Vitória apurado, mas, com o mercado à porta, voltaram a ser poucos os jogadores da segunda linha do Benfica a aproveitar esta nova oportunidade concedida pelo treinador. Depois de uma primeira parte que não foi mais do que uma sucessão de erros, que permitiu aos sadinos marcarem dois golos de bola parada, os encarnados reagiram apenas na segunda parte, embalados por um lance de génio de João Carvalho. Mérito também para a equipa de Couceiro que, apesar de ocupar o último lugar da Liga, segue para a «Final Four» com todo o mérito, como vencedor improvável deste grupo.

Confira a FICHA DO JOGO

O Benfica até entrou forte no jogo, procurando explorar a velocidade de Rafa Silva e Zivkovic sobre os flancos, caindo preferencialmente para a esquerda, onde Eliseu e João Carvalho exploravam bem o espaço entre Arnold e Pedro Pinto. Um início de jogo intenso, com o Benfica a tentar assumir as rédeas do jogo, mas com um Vitória sempre de pé atrás, pronto para responder em rápidas transições. O Benfica entrou por cima, mas rapidamente os homens de Couceiro equilibraram a balança, num jogo que passou a ser de parada a resposta, com João Amaral em destaque nas respostas sadinas.

No entanto, foi quando a bola parou que os golos foram marcados nos últimos quinze minutos da primeira parte. O primeiro na sequência de um pontapé de canto de Nuno Pinto. Gonçalo Paciência cabeceou, Svilar defendeu em esforço e chocou com o poste, permitindo a Vasco Fernandes emendar à vontade. Os jogadores do Benfica reclamaram fora de jogo do central sadino, mas a verdade é que foram muito permissivos na abordagem ao lance que deixou o guarda-redes belga lesionado. Bruno Varela foi chamado ao jogo e, sem tocar na bola, consentiu o segundo, mais uma vez de bola parada. Livre de Nuno Pinto e Pedro Pinto antecipou-se ao guarda-redes, com uma cabeçada. Um lance que ditou mais uma baixa no jogo, esta mais grave, à partida, com Nenê Bonilha a ser transportado de ambulância para um dos hospitais da cidade.

Dois golos que fizeram mossa na equipa de Rui Vitória que, junto à linha, ia abrindo os braços e pedindo explicações aos seus jogadores. Zivkovic bem tentativa remar contra a maré, com uma série de investidas sobre os flancos, mas raramente foi bem acompanhado por Rafa e muito menos por Seferovic, muito distante do jogo. Uma primeira parte para esquecer, com uma sucessão de passes mal feitos que podiam ter tido custo bem mais elevados do que os dois golos consentidos.

João Carvalho genial

A segunda parte não começou melhor, com um passe à queima, mais um, de Filipe Augusto, a destacar Gonçalo Paciência que, com tudo para fazer o terceiro, permitiu a defesa de Varela. Na resposta o Benfica reduziu, num lance espetacular de João Amaral que acabou por dar um novo ânimo à equipa: grande passe de Rafa Silva, receção de João Carvalho com elevada nota artística, com o jovem médio a recuperar a bola junto à linha e a servir Seferovic de bandeja.

Um golo que acabou por mudar o jogo, até porque o Benfica voltou a marcar logo a seguir, com uma cabeçada de Rúben Dias a cruzamento de Zivkovic. Num ápice o Benfica chegava ao empate e ameaçava virar o jogo, com Krovinovic a entrar bem no jogo, com a percentagem de passes certos a subir de forma avassaladora, com a saída de Filipe Augusto.

Um empate diplomático que acabou por ser aceite pelos dois conjuntos que foram perdendo energia nos últimos instantes do jogo. Sferovic ainda teve uma oportuniade para virar o resuotado, tal como Jiménez que ainda foi a jogo.

Um jogo que marca a despedida do Benfica da competição e do ano, mas que pouco acrescenta em relação à antevisão do dérbi do próximo dia 3. Nesse dia, os protagonistas deverão ser outros. Do lado do Vitória, Couceiro tem razões para esperar que o início do novo ano seja bem melhor do que final deste que está a acabar.