O detentor da Taça de Portugal começa a defender o troféu com «chapa oito». De forma inteligente e nada precipitada, o F.C. Porto arrumou cedo com as esperanças do Pêro Pinheiro. A equipa da 3ª divisão cedeu precocemente, sobretudo em termos físicos, e os «dragões» caminharam tranquilamente para a goleada.

Vítor Pereira estreou três jovens, mas a grande figura do encontro acabou por ser Walter, autor de quatro golos e uma assistência.

Circular, circular e circular, até aparecer o espaço

Tal como se previa, Vítor Pereira apresentou um «onze» renovado, com destaque para as estreias de Alex Sandro e Iturbe. Mesmo com o relvado sintético a queimar os pés, e perante um adversário naturalmente fechado no seu meio-campo, o F.C. Porto procurou sempre circular a bola pelo chão.

Os primeiros minutos revelaram alguma dificuldade para encontrar espaço no ataque, mas Walter começou cedo a testar o guarda-redes do Pêro Pinheiro. Marco Pinto teve de se aplicar um pouco mais ao minuto 14, para negar o golo ao estreante Alex Sandro, que aproveitou a ausência do lateral direito (Serginho estava a receber assistência), para aparecer isolado.

Mas a resistência da equipa da 3ª divisão durou menos de trinta minutos. Nessa altura já era notório o desgaste físico de alguns jogadores, acentuado pela elevada temperatura. Assim se explica que o primeiro golo do F.C. Porto, apontado por Defour (29m), tenha surgido em transição rápida, aproveitando um erro da equipa da casa, na saída para o ataque.

Nestes jogos é só o primeiro golo que custa, já se sabe, e até ao descanso os «dragões» festejaram mais quatro tentos. Walter marcou dois de rajada (33 e 35m), sendo que o primeiro golo do avançado brasileiro nasce de um lance fantástico de Belluschi. Djalma aproveitou mais um erro defensivo do Pêro Pinheiro para fazer o quarto (41m), com Walter a chegar ao «hat trick» ainda antes da pausa (45m).

Velocidade moderada, mas sempre sentido único

Com o Pêro Pinheiro de braços caídos, a segunda parte continuou com sentido único (agora para a baliza contrária), ainda que o F.C. Porto tenha reduzido gradualmente o ritmo. O «dragão» revelou-se, acima de tudo, eficaz: quase sempre que chegou à baliza, marcou. A excepção terá sido uma bola à trave de Defour (76m), já com o guarda-redes sentado, e um remate ao lado de Walter (84m).

Djalma e Varela foram mais certeiros, e elevaram a goleada para os 7-0, com Vítor Pereira a aproveitar a ocasião para estrear também o jovem guarda-redes Kadu. Já ao cair do pano apareceu o último tento da tarde. Walter completou o «poker» e fechou as contas. O Pêro Pinheiro despediu-se da Taça de Portugal com uma derrota pesada, mas com memórias eternas de um dia especial.