O Benfica marcou mais uma “excursão” ao Jamor, mas na reta final da viagem apanhou um enorme susto. Depois de ter perdido em casa, o Estoril ainda foi à Luz empatar a eliminatória, punindo a displicência encarnada, mas acabou por ficar pelo caminho.

A equipa de Rui Vitória revelou estranha instabilidade, até porque tinha entrado bem, mas lá acabou por garantir a 36ª final da prova-rainha.

Ainda que não tenha conseguido um regresso à final da Taça de Portugal, 73 anos depois, o Estoril deixou excelentes indicações para a luta pela permanência. Até porque a quatro dias da importante receção ao Nacional, Pedro Emanuel decidiu fazer seis alterações no onze, deixando os dois melhores jogadores (Mattheus e Kléber) de fora.

A jogar em casa, com vantagem na eliminatória – e com um plantel mais apetrechado, já agora -, Rui Vitória foi ainda mais além e mudou oito peças. E só não terá mudado onze porque Jardel, Fejsa e Jiménez estão lesionados. Com Mitroglou de fora e Jonas em poupança, o técnico encarnado acabou mesmo por lançar um onze sem ponta de lança de raiz. 

A mobilidade de Cervi, Zivkovic, Rafa e Carrillo até incutiu uma boa dinâmica ofensiva, mas na zona da verdade o Benfica mostrou enorme ineficácia, sobretudo na primeira parte. É preciso ter em conta, de resto, que o elemento do onze com mais golos esta época era Cervi (6), seguido por...Lisandro (4).

Rafa voltou a ser o expoente máximo do desperdício, e logo ao minuto 14 apareceu isolado mas permitiu duas vezes a defesa de Luís Ribeiro.

Bem mais pragmático, o Estoril adiantou-se no marcador ao minuto 31, com um belo remate de Bruno Gomes, de fora da área.

O Benfica acordou com o susto, dois minutos depois, e Carrillo aproveitou um erro de Luís Ribeiro para empatar o encontro.

Relançamento rápido

O Estoril reagiu em forma de livre direto, com Eduardo a obrigar Júlio César a defesa apertada (42m), mas acabaria por igualar a eliminatória logo no arranque da segunda parte. Foi logo aos oito segundos (!!), e por incrível que pareça a bola até saiu do Benfica. Um mau passe de André Almeida abriu caminho ao golo de Carlinhos, no primeiro toque na bola do brasileiro.

O Benfica voltou a acordar com o susto, mas desta vez precisou de oito minutos para levantar os braços. Luís Ribeiro ainda fez duas belas intervenções, quase seguidas (49 e 50m), mas depois foi batido por um belo remate em arco de Zivkovic (54m).

Filipe Augusto saiu então por lesão (tal como no primeiro duelo), o que promoveu a entrada de Pizzi, mas depois de um chapéu de Carrillo à trave (62m) o Benfica perdeu o controlo do jogo, e Júlio César teve uma intervenção dupla logo a seguir (65m).

Jonas saltou do banco para apontar o 3-2, aos 72 minutos, mas isso “só” deu maior margem de erro ao Benfica, não deu mais tranquilidade. O Estoril acreditou, e chegou ao empate com um novo golo de Bruno Gomes, que assim assumiu o estatuto de melhor em campo (78m).

A equipa de Pedro Emanuel acreditou, empurrou o Benfica para o seu meio-campo, mas o sonho esbarrou nas costas de Grimaldo, que travaram um cabeceamento de Kléber (88m).

O Estádio Nacional receberá o Benfica, uma vez mais, apesar do susto.