A figura: Bruno Gomes

A segunda mão desta meia-final entrou a meio da luta maior que o Estoril trava: a permanência, que discute com o Tondela (adversário anterior) e o Nacional (próximo). Talvez tenha sido essa a principal razão pela qual Pedro Emanuel deu descanso a Kléber. Mas no imediato esteve mesmo a qualidade de Bruno Gomes, comprovada com um golo pleno de ocasião e de um pontapé em cheio! Ponta de lança de equipa com menos bola é assim mesmo: espreita a oportunidade e atira a contar. Um grande golo na Luz. Mas Bruno Gomes ainda tinha mais para dar.

E começou por dar um passe para Carlinhos fazer o 1-2, numa jogada em que aproveitou o erro primeiro e percebeu a melhor opção depois. Ora, o golo de Jonas parecia trazer um ponto final ao encontro, mas Bruno Gomes bisou na Luz. Os golos do ponta de lança, o único a começar a partida entre 22 futebolistas, deixaram sempre uma grande incógnita sobre quem ganhava a viagem ao Jamor.

O momento: minuto 46

O resultado estava em 1-1, vinham as equipas do intervalo e a Luz descansara com o golo de Carrillo. Uma falha de André Almeida e a rapidez dos estorilistas redundou num golo aos 8 segundos do segundo tempo, com a bola a sair da equipa encarnada! Um golo que relançou toda a eliminatória.

Zivkovic

O golo 100 do Benfica na temporada foi um golaço. Obra de um pé esquerdo certeiro, que atirou uma bola ao ângulo, indefensável para Luís Ribeiro. Dos homens ofensivos do Benfica, Zivkovic foi o mais constante nas ações. Pôde não ter driblado como Carrillo, pôde não ter arrancado como Rafa e pôde, até, nem aparecer na zona de finalização como Cervi. Mas para além do grande golo soube segurar quando necessário e ainda colocou Carrillo em momento de golo. No 3-2 de Jonas, o passe para Cervi pediu que o argentino fizesse aquilo mesmo e colocasse no brasileiro.

Grimaldo

Ao quinto dia de abril, cinco meses e cinco dias depois voltou a surgir na equipa. Grimaldo não jogava desde 1 novembro, mas as qualidades técnicas e o poder de decisão voltaram intactos. O êxito da saída de bola do Benfica aumenta bastante com o espanhol na lateral-esquerda. Equilibra, até, com o lado oposto quando Nelson Semedo por lá anda. Frente ao Estoril, o Benfica passou boa parte da primeira parte em momento ofensivo e, ainda que não tenha feito grandes arrancadas, Grimaldo deu qualidade à circulação e com a leitura de jogo que tem levou sempre a equipa para mais próximo da baliza contrária. Sentiu dificuldades com o passar dos minutos, não só pelo desgaste físico, como por aquilo que o adversário obrigou o Benfica a recuar.

Filipe Augusto

Voltou a jogar após lesão, mas não só saiu tocado como a noite não lhe correu bem. Em poucas palavras, foi o jogador em menor rendimento no Benfica.

Carlinhos

Estreou-se pelo Estoril há um mês e esta foi a primeira ocasião em que não foi titular com Pedro Emanuel. No entanto, o técnico lançou-o na segunda parte e Carlinhos teve impacto tão imediato que com poucos segundos na Luz marcou o 1-2 que empatara a eliminatória. Depois disso, ainda teve oportunidade para marcar outra vez. Trouxe velocidade, irreverência e muito, muito perigo.