O detentor da Taça de Portugal tombou. O gelo serrano arrefeceu a Pedreira e nem um golo logo aos três minutos de Wilson Eduardo evitou a derrota (1-2) da equipa de José Peseiro. Diarra e Davidson foram os heróis que carimbam a presença do Covilhã nos quartos de final, num triunfo repleto de organização e pragmatismo.

Os minhotos entraram praticamente a vencer, precisando apenas de três minutos para abanar as redes à guarda de Hugo Marques. Djavan, uma das cinco novidades do onze de Peseiro, assinou uma das suas arrancadas, sendo travado em falta à entrada da área. Na conversão, Wilson Eduardo, figura de proa deste Sp. Braga, bateu por cima da barreira e sem hipóteses para o guarda-redes adversário.

Pronúncio de uma noite tranquila para os arsenalistas, que estrearam Douglas Coutinho a titular e tiveram também Artur Jorge, Pedro Tiba e Benítez como novidades em relação ao jogo com o Paços de Ferreira.

Um pronúncio que, contudo, se veio a verificar errado. A equipa da Liga adormeceu com a vantagem conseguida cedo, baixou em demasia o ritmo e deixou-se embalar por um Sp. Covilhã pouco dado a correrias, mas com capacidade para subir no terreno de forma mordaz e com o esférico controlado de pé para pé.

Aproveitando a apatia do Sp. Braga, os pupilos de Filipe Gouveia foram subindo no terreno com pés de veludo, empatando o encontro aos 28 minutos. Djavan intercetou de forma deficitária uma bola longa, o esférico caiu nos pés de Davidson, que rapidamente isolou Diarra. Na cara de Marafona, o maliano não teve dificuldades em reestabelecer a igualdade.

O empate ao intervalo, plenamente justificado pelo Covilhã que durante grande parte da primeira metade controlou o jogo à boleia do pé esquerdo de Chaby, não agradava a José Peseiro que operou de imediato duas alterações. Hassan e Ricardo Horta saltaram do banco para render os apagados Douglas Coutinho e Benítez.

FILME DO JOGO

A segunda metade começou com mais incidências, com um ritmo mais elevado imposto pelo Sp. Braga, mas com a ânsia de voltar para a frente a fazer com que o jogo não saísse fluído. A organização serrana, a meias com a ansiedade da equipa da casa fizeram do Sp. Braga uma presa fácil.

Novamente com pés de veludo, com uma serenidade assinalável, o Covilhã operou a cambalhota no marcador aos 65 minutos. Simplicidade no lado direito, Gilberto não caiu na tentação de cruzar precipitadamente e esperou que Davidson se posicionasse para cruzar com as medidas certas.

Marafona ainda fez uma primeira defesa ao cabeceamento, quase que de forma milagrosa, mas já não foi capaz de travar a recarga vitoriosa do brasileiro. Em 25 minutos o Sp. Braga não conseguiu transpor a defensiva serrana. O cerco foi montado, os bracarenses agarraram-se à fé e Às memórias da última ronda, em que viraram o resultado contra o Santa Clara nos derradeiros instantes.

Baliza inviolável, o Sporting da Covilhã resistiu e com uma exibição personalizada e faz história vencendo em casa do Sp. Braga pela segunda vez no seu histórico, a primeira vez foi há sessenta anos. O finalista das duas últimas edições da prova rainha do futebol português fica pelo caminho.