O jogo não começou da melhor forma para a equipa alentejana. Ainda um grupo de adeptos entoava o Hino dos Mineiros e Miguel Cardoso aproveitava um cruzamento da esquerda para desviar junto ao segundo poste para o golo do Tondela.

Duro golpe para quem entra em campo com a missão de alimentar as incertezas dos adversários e tentar manter a baliza trancada a sete chaves antes de tentar qualquer gracinha.

FILME E FICHA DE JOGO

Mas a equipa da casa não se atemorizou com o golo do conjunto de Petit. Encarou o (hoje gigante) Tondela de frente e discutiu o jogo até ao limite. Começou por ameaçar de meia-distância, mas confirmou a ousadia com muita nota artística.

Abracadabra. Aos 20' Pedro Banana um adversário do caminho com brilhantismo antes de cruzar para Tino, que rematou para o empate do Mineiro.

O ambiente de euforia na bancada quase lotada não durou muito tempo. Seis minutos para sermos rigorosos. Um cruzamento aparentemente inofensivo da direita acabou desviado pelo peito de Marcos na direção da baliza de Fábio Reis.

O Tondela voltava a passar para a frente, mas o Mineiro Aljustrelense mantinha-se ligado à corrente. A equipa de Vítor Rodrigues (hoje na bancada a cumprir castigo) adoptou sempre uma postura desprendida, corajosa. O duplo pivot composto pelo capitão Carlos Estebaínha e Diogo Gandarez dava estabilidade ao meio-campo e permitia que os laterais se envolvessem no ataque.

Se há um mundo que separa as equipas do Campeonato de Portugal das da Liga (e há, efetivamente), essas diferenças não foram claras em Aljustrel. A equipa da casa conseguiu estar na luta até ao fim e, ainda que tivesse estado perto de sofrer o terceiro pelo menos em duas ocasiões na etapa complementar, chegou mesmo a carregar sobre os homens de Petit, que não se livraram de momentos de alguma aflição e chegaram a queimar tempo.

Aos 55’ Pinéu quase marcou num remate desviado por um defesa e já perto do fim Tino quase bisava. Isolado, o avançado cabo-verdiano apareceu na cara de Cláudio Ramos e tentou o chapéu; numa segunda vaga, Nando tentou o desvio de cabeça, mas David Bruno acabou por evitar o golo quase em cima da linha de golo. Pouco depois, penálti pedido nas bancadas por suposta falta sobre Nando, que foi lançado na segunda parte e deu novo fôlego ao ataque do Mineiro.

Demonstração de raça do último sobrevivente do Alentejo na Taça de Portugal. Caiu de pé o Mineiro na tarde em que Aljustrel parou para ir à bola.