Em Alcanena não há chicotadas psicológicas há dez anos, o tempo que José Torcato leva como presidente e treinador do Alcanenense. É a grande figura do clube, é a cara do clube, é ele que luta para manter a equipa competitiva no Campeonato nacional de Seniores e, neste domingo especial, na Taça de Portugal. Depois de passar duas eliminatórias, o clube da terra caiu na terceira, diante do feirense (1-2), na primeira vez que defrontou um adversário do escalão principal.

«Parabéns aos meus jogadores. Sabíamos de antemão que ia ser difícil, mas também sabíamos que tínhamos as nossas possibilidades. Não merecíamos perder assim, merecíamos, pelo menos o prolongamento. O primeiro golo é um erro do nosso guarda-redes que não é muito habitual, mas o Feirense marcou dois golos e não me lembro de mais nenhuma oportunidade», começou por destacar o presidente/treinador.

O Alcanenense ofereceu boa réplica e conseguiu, inclusive, empatar já na segunda parte. «Ao intervalo disse aos jogadores que era possível marcarmos um golo e conseguimos. Depois tivemos esta oportunidade no último segundo do jogo que podia ter levado o jogo para prolongamento», lamentou o treinador.

O presidente, apesar da derrota, estava mais satisfeito. «Sou presidente há dez anos e nunca vi tanta gente no estádio [pouco mais de 300 adeptos], é a primeira vez que recebemos um clube da primeira divisão, mas foi pena, podíamos ter conseguido mais qualquer coisa», referiu.

Um jogo em que apesar das diferenças de escalão entre os dois emblemas, acabou por ser equilibrado. «É normal e isso vê-se nos resultados dos outros jogos. Nestas divisões também se trabalha bem. Os nossos índices de concentração estavam a duzentos por cento, sabíamos que tínhamos condições. Elevámos o nome de Alcanena e do Alcanenense», destacou ainda o treinador José Torcato, sempre de acordo com o presidente José Torcato.