A escassos dias da receção a FC Porto, os jogadores do Angrense acreditam que podem surpreender os dragões no próximo sábado.

O treinador da equipa açoriana é o cicerone da motivação dos insulares. «Após o sorteio, claro, notou-se uma grande ansiedade e não há dia em que a gente não aborde o jogo com o FC Porto, mas acho que há uma motivação extra e o grupo tem sabido, no nosso campeonato, manter o foco nos nossos jogos. Não é por acaso que ocupamos o primeiro lugar», disse Roldão Duarte em declarações à agência Lusa.
 
A equipa de Angra do Heroísmo, atualmente a liderar a Serie E do Campeonato de Portugal (antigo CNS) vai defrontar os ‘dragões’, em casa, no Estádio João Paulo II, na quarta eliminatória da Taça de Portugal. Os bilhetes esgotaram em pouco mais de 48 horas.

«Sabemos que vamos defrontar uma estrutura de nível europeu, com muitos jogadores internacionais, com uma estrutura toda profissionalizada, ao contrário da nossa, que é completamente amadora, mas nós vamos querer participar na festa, mas de forma ativa, não vamos ser passivos», acrescentou Rolão Duarte..

Gonçalo Valadão, 34 anos, é jogador mais velho do Angrense, onde joga desde os dez. Também ele alinha pelo mesmo diapasão do treinador: crença.

«Sabemos que vai ser uma luta de David contra Golias. O FC Porto é uma equipa de dimensão europeia, nós somos de dimensão amadora, mas no futebol há surpresas. Como se costuma dizer, são 11 contra 11, a bola é redonda e nós vamos fazer de tudo para dificultar ao máximo a tarefa do Porto», adiantou.

Dos 25 jogadores do Angrense, só três se dedicam a tempo inteiro ao futebol. À exceção de um, são todos naturais da ilha Terceira e mais de metade foram formados no clube.

A maioria dos atletas chega ao treino depois de oito horas de trabalho e de 15 em 15 dias os jogos obrigam a uma deslocação ao continente português. O jogo com o FC Porto pode, por isso, ser uma oportunidade única para dar o salto.

Cristiano Magina, melhor marcador da Série E do campeonato do terceiro escalão português, com sete golos em 10 jogos, não resistiu ao cansaço e abdicou do emprego para se dedicar a tempo inteiro ao futebol. Já com 28 anos, sabe que o fim da carreira se aproxima, mas ainda acredita que poderá jogar noutras competições e admite que o jogo com o FC Porto lhe poderá dar maior visibilidade. «Acho que qualquer atleta ambiciona sempre chegar a patamares mais elevados. Sei que estou já numa idade avançada, mas vou trabalhar com esse objetivo de conseguir mais qualquer coisa», salientou.