* por Lourenço Carvalho
No dia em que completa 106 anos de existência, o Vitória de Setúbal foi a Castelo Branco carimbar a passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal. Um golo de Thiago Santana e outro de André Claro foram suficientes para afastar um Benfica C. Branco lutador, mas com pouca organização ofensiva.
Os locais entusiasmados por receber uma equipa da Primeira Liga entrou bem na partida, conseguindo pressionar alto e dificultar a saída de jogo do V. Setúbal.
Com João Ventura e Ballack como duas setas apontadas à baliza adversária, a equipa da casa conseguiu jogar no meio-campo vitoriano mas sem criar grandes oportunidades de perigo.
Só aos 18 minutos surge a primeira verdadeira ocasião de golo e para o Benfica C. Branco. Cruzamento de André Cunha na direita e ao primeiro poste Adul consegue controlar e rematar, mas Pedro Trigueiros responde com uma boa defesa.
O V. Setúbal continuou meio adormecido na partida e sem conseguir chegar à baliza de Miguel Lázaro. Até que aos 25 minutos, contra a corrente do jogo, o Setúbal chega à vantagem. Grande trabalho de Costinha na direita, a livrar-se de dois adversários, e no centro da área Thiago Santana remata para o fundo das redes.
Três minutos depois do golo inicial, novo tento para a equipa forasteira. Patas comete grande penalidade sobre André Claro, com o próprio a bater o castigo máximo e a aumentar a vantagem para 0-2.
Num espaço de minutos, os vitorianos conseguem uma vantagem tranquila num encontro que estava muito complicado para os comandados de José Couceiro.
A equipa da casa sentiu os golos e nunca conseguiu controlar a partida como estava a fazer antes do golo inaugural. Até ao intervalo, o Setúbal geriu a vantagem, conseguindo alguns remates perigosos, sempre com boa resposta de Miguel Lázaro.
Os comandados de Ricardo António continuavam lutadores, mas com pouca definição junto à área.
A chuva que se intensificou no final da primeira parte e durante o intervalo dificultou ainda mais o jogo. Durante a segunda parte, o relvado ficou um verdadeiro «batatal», com a bola a prender muito e a obrigar ao jogo físico e aéreo.
O V. Setúbal avisado pelos excelentes primeiros 45 minutos dos locais, entrou mais forte no recomeço da partida, não permitindo ao adversário chegar com perigo à sua baliza.
A entrada de Gilson fez o Benfica C. Branco crescer no jogo e ganhar poder de fogo junto à área. Contudo a melhor ocasião surgiu para os forasteiros. Vasco Costa, que entrou durante a segunda parte, foi lançado na esquerda em velocidade e rematou cruzado com a bola a passar muito perto do poste esquerdo da baliza.
A 15 minutos do apito final surge uma das melhores oportunidades para a equipa da casa. Bom cruzamento de João Venutra na direita, em que Dani Matos ainda consegue raspar na bola mas Pedro Trigueiro atento a afastar.
Nos últimos dez minutos do encontro nova oportunidade para os locais. Adul, dentro da área, consegue dominar de peito e rematar cruzado, com a bola a passar junto à linha de golo sem ninguém a encostar.
Até ao apito final, o Vitória de Setúbal geriu a vantagem, sem haver situações de golo em nenhuma das balizas.
Um resultado injusto para o Benfica C. Branco, principalmente pela excelente primeira parte que realizou. A experiência do V. Setúbal foi fundamental para, em três minutos, ganhar uma vantagem tranquila e decisiva.
FICHA DE JOGO
Estádio Municipal Vale do Romeiro
Árbitro: João Matos
Assistentes: Paulo Vieira e André Dias
Quarto Árbitro: João Pinho
BENFICA E C. BRANCO: Miguel Lázaro, André Cunha, Issouf, Edgar, Tomás, Patas, Dani Matos (C), Tiago Fernandes (Gilson 62’), João Ventura, Adul e Ballack (Adriano 80’)
Treinador: Ricardo António
Suplentes não utilizados: Ruben Alfaiate, Digas, Samuel, Rúben Nogueira, Bruno Cardoso
V. SETÚBAL: Pedro Trigueiro, Venâncio (C), Arnauld (Nené Bonilha 69’), Costinha (Meyong 85’), Vasco Fernandes, Mikel, Thiago Santana (Vasco Costa 55’), André Claro, Nuno Pinto, André Geraldes e Ryan
Treinador: José Couceiro
Suplentes não utilizados: B. Varela, Fábio Cardoso, Nuno Santos, João Amaral
GOLOS: Thiago Santana (25’), André Claro (28’)
Disciplina: Issouf (28’), Tomás (43’), Patas (70’), Adul (85’), Nené Bonilha (90’), Vasco Costa (90’)
