Figura: Evanilson

Dois golos elevam-no ao estatuto de figura do Clássico da Taça. O avançado brasileiro voltou a mostrar apetência para marcar na prova Rainha e precisou de apenas 32 segundos para desequilibrar o jogo a favor do FC Porto. Evanilson revelou (novamente) bom entendimento com Díaz e bem pode agradecer ao colega o bis. Servido de bandeja, o atacante encostou na cara de Helton e praticamente resolveu o encontro. A expulsão, por acumulação de cartões, foi a única mancha na sua exibição. Golos na Taça é com ele - leva já cinco. 


Momento: génio de Vitinha marca diferenças, minuto 7

Aos sete minutos, o FC Porto praticamente ganhou o Clássico. E o Benfica viu fugir-lhe num ápice. A vencer por 1-0 desde os 32 segundos, os dragões forçaram o erro do adversário na primeira fase de construção e conquistaram um pontapé de canto depois de Helton ter defendido o remate de Otávio. Na sequência do lance, o guarda-redes do Benfica não conseguiu anular a jogada duas vezes com os punhos – e à segunda deixou a bola nos pés de Vitinha e levou-o um chapéu.


Outros destaques:

Helton Leite: tal como Conceição, Jesus trocou o habitual dono da baliza. O guardião brasileiro nem teve tempo para se mostrar: sofreu logo aos 32 segundos. Depois, Helton partiu para uma exibição nada segura e somou erros crassos como no lance em que socou mal e «assistiu» Vitinha para o 2-0. Sem hipóteses no 3-0, o ex-Boavista ainda teve uma saída mal calculada fora da área que Díaz desperdiçou. Melhorou na etapa complementar, impediu o quarto golo num par de ocasiões, mas nem isso apagou os erros da primeira metade. 

Luis Díaz: o velocista colombiano é o melhor jogador a atuar de Portugal. A margem para discussão é curta e quiçá, ninguém tem direito a sentar-se à mesma mesa que o cafetero. Com espaço, Luis Díaz é imparável como sentiu na pele André Almeida no lance do 3-0. O internacional pela Colômbia conjuga talento e um altruísmo que poucos craques têm: além de servir Evanilson para o terceiro da noite, desperdiçou uma soberana ocasião por querer oferecer o golo a Taremi quando já tinha batido Gilberto e Helton em velocidade. Desconcertante, foi o principal responsável por ganhar metros quando o FC Porto estava com dez.

Vitinha: não é um «ladrão» de bolas como Uribe. É sim, um artista. A bola foi a sua batuta e teve sempre discernimento para imprimir o ritmo certo. O internacional sub-21 português fez um jogo de enorme nível – soltou e aguentou no tempo certo – e coroou-o com um belo golo após saída infeliz de Helton. À atenção de Fernando Santos.

Darwin: entregue à sua sorte no ataque, o uruguaio teve pouca a bola e pouco espaço para mostrar os seus melhores atributos. Ainda assim, quando recebeu um bom passe e teve espaço, Darwin assustou o Dragão. Marcou, mas o golo foi anulado por quatro centímetros. Não voltou a ter espaço e desapareceu do jogo – o FC Porto fechou-se numa linha mais baixa devido à expulsão de Evanilson. Acabou por dar a vez a Seferovic por lesão.

Otamendi: regresso infeliz ao Dragão. O argentino nunca pareceu estável emocionalmente, perdeu vários duelos com Evanilson e Díaz - acabou expulso por entradas sobre ambos. Esta não foi, de todo, a sua noite. Otamendi ainda marcou, mas o golo foi invalidado pelo VAR. Não foi o esteio que a defesa encarnada precisava.