Fim do sonho.

O surpreendente Leça fez uma campanha sensacional na Taça de Portugal, igualou o melhor registo do clube na prova (1994/95), mas não resistiu ao poderio do campeão nacional e perdeu por 4-0. Triunfo natural e indiscutível do Sporting: o leão esfolou na Mata.

Despojados de casa, os leceiros tiveram de viajar cerca de 40 quilómetros para jogar a passagem às meias-finais da prova. Injusto, visto que fizeram por merecer lutar pela eliminatória em casa – onde está a festa da Taça?  

Apesar da derrota, o líder da Série C do Campeonato de Portugal despediu-se da prova Rainha de cabeça bem erguida. A espaços, a equipa de Luís Pinto incomodou o segundo classificado da Liga e poderia ter chegado ao golo de honra – não seria de todo injusto.

Com apenas três repetentes em relação à equipa que perdeu nos Açores, o Sporting assumiu a bola e o protagonismo da partida. No entanto, os leões ainda não tinham criado uma única situação de golo quando apareceu o génio de Tabata. O brasileiro «limpou» do caminho Milhazes, fez uma roleta sobre Henrique e atirou para o 1-0.

Aos 12 minutos o sonho do Leça começou a ruir. «Sentados» num 6-3-1, os nortenhos soltaram-se com o golo sofrido. Afinal, não tinham nada a perder. Apesar de duas ou três chegadas à baliza de Virgínia, o emblema do quarto escalão do futebol português não conseguiu assustar o jovem guarda-redes leonino. 

Por sua vez, o Sporting começou a pressionar mais alto e os erros começaram a surgir na equipa adversária. Numa de várias recuperações no meio-campo adversário, Manuel Ugarte ganhou a bola no chão, fugiu a dois adversários e tocou para Tabata. Lançado pelo brasileiro, Matheus Nunes sentenciou a eliminatória.

O Leça e as suas gentes sentiram de sobremaneira o segundo golo. De tal forma que, até ao intervalo, o campeão nacional esteve perto de ampliar o marcador, mas Galil negou o bis a Tabata.

Consciente de que dificilmente iria deixar fugir a eliminatória, o Sporting baixou o ritmo na segunda parte. Consequentemente, os erros começaram a surgir e o Leça acalentou a esperança de pelo menos, marcar o golo de honra. 

Apenas Nuno Santos tentou dar um «safanão» no jogo. Num gesto técnico vistoso, o extremo cruzou de letra e Tabata desperdiçou o 3-0. Não marcou aos 66 minutos, marcou aos 82. Tudo simples: Matheus lançou Esgaio e este cruzou atrasado para o pontapé certeiro do extremo brasileiro.

Completamente entregue, o Leça ainda sofreria novo golo, desta feita da autoria de Nuno Santos. O resultado espelha a diferença entre a Liga e o quarto escalão do futebol português porém, os leceiros não mereciam sair da Taça goleadas.

Mas alguém pode falar em justiça no futebol?