O Montalegre garante que não vai jogar «encolhido» e tem uma estratégia preparada para surpreender na receção ao Benfica, esta quarta-feira, nos oitavos de final da Taça de Portugal, assegurou o treinador José Manuel Viage em declarações à Agência Lusa.

«O facto de jogarmos com o Benfica não significa que vamos jogar encolhidos. Queremos fazer o que fazemos com as outras equipas, não haverá um tratamento diferente e se não conseguirmos foi porque o adversário não deixou», destacou o técnico do emblema de Trás-os-Montes, na antevisão ao encontro marcado para Montalegre.

O treinador do único clube do terceiro escalão ainda presente na Taça de Portugal reconheceu que haverá momentos em que a sua equipa terá de jogar com «linhas baixas por imposição do adversário», mas recusou «colocar um autocarro na baliza para só defender».

José Manuel Viage quer ver os seus jogadores a «terem bola e tentarem jogar para surpreender o Benfica», garantindo ter uma estratégia montada para o encontro em que pretende demonstrar o valor do plantel e do campeonato que representa.

«Este jogo serve para termos prazer e demonstrarmos a qualidade do campeonato que competimos. Temos a responsabilidade de defender o Campeonato de Portugal e sabemos que todas as equipas vão estar a torcer por nós», realçou.

O emblema da vila de Montalegre nunca chegou a uma fase tão avançada da prova rainha do futebol português e nunca defrontou um dos grandes, mas José Manuel Viage garantiu que o plantel está a encarar o jogo com «muita tranquilidade». «Os meus jogadores não têm de ter pressão nenhuma, vamos jogar para ganhar, sem medo nenhum, pois não temos nada a perder e a pressão está toda no Benfica», lembrou.

O técnico do clube do Alto Tâmega pretende ainda que os seus jogadores se foquem apenas no jogo «dentro das quatro linhas», destacando que irão estar frente a frente «onze contra onze, com as mesmas leis de jogo e da física».

O facto de a partida se realizar no seu estádio e não em casa emprestada é também um motivo de orgulho e uma «grande vitória» para o Montalegre. «Agradeço ao município e a todos os envolvidos, que tiveram, juntamente com o clube, uma grande capacidade de resposta para realizar aqui o jogo, pois quando o Benfica joga com equipas desta dimensão nunca joga em casa do adversário», explicou o treinador de 46 anos.

Também o capitão da equipa barrosã, Gabi, reconheceu o momento importante para o clube e para a região, mas também para um plantel «ambicioso».  «Para nós é tudo novo, pois não é todos os dias que podemos receber uma equipa como o Benfica, uma das melhores da Europa, mas estamos aqui para tentar fazer uma pequena surpresa», sublinhou.

O médio de 24 anos não destacou nenhum elemento do plantel encarnado, considerando todos «de extrema qualidade» e «reconhecidos internacionalmente», alguns nas seleções dos seus países.

O jogador formado na AD Flaviense e no Desportivo de Chaves, e que representa o Montalegre há cinco temporadas consecutivas, confessou que a equipa precisa de «baixar a euforia», pois esta pode levar «a um lado negativo». «Temos de entrar em campo com foco e ambição e com a qualidade que temos podemos surpreender o Benfica», atirou, garantindo que após o apito inicial os transmontanos se vão habituar a uma casa com mais espetadores que o habitual.

O Montalegre, oitavo classificado na Série A do terceiro escalão, recebe o Benfica, da I Liga, para os oitavos de final da Taça de Portugal, na quarta-feira, às 20:45, no Estádio Municipal Dr. Diogo Vaz Pereira, em Montalegre.