O Marítimo viaja neste domingo ao Alentejo, para defrontar o Moura, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal.

Ora no grupo do Moura há alguém que já sabe o que é vencer a equipa insular: trata-se de Brites, antigo jogador de clubes como o Seixal, o Sesimbra, o Esperança de Lagos e o próprio Moura, que atualmente desempenha as funções de diretor desportivo no clube alentejano.

Brites venceu o Marítimo em 83/84, ao serviço do Sesimbra. Numa equipa que tinha... José Mourinho. «Jogava a ala direito e, apesar de não ser famoso a driblar, desequilibrava por ser muito rápido», conta o dirigente.

Ora nessa temporada, o Marítimo jogava taco a taco com o Belenenses pelo apuramento para a liguilha de promoção à primeira divisão. Os dois clubes faziam tudo para garantir a subida e frequentemente ofereciam dinheiro às equipas que defrontavam o adversário para ganhar.

«Nessa altura era coisa normal. Já acontecia há muito, e só há bem pouco tempo é que passou a ser proibido. Estou à vontade para o dizer porque nunca recebi dinheiro para perder», lembra Brites. «O Belenenses ofereceu-nos uma pipa de massa para vencer o Marítimo. Foi um jogo difícil, mas vencemos por 1-0, graças a um penálti cometido sobre o José Mourinho.»

Mais tarde, também o Marítimo ofereceu dinheiro ao Sesimbra para vencer o Belenenses, mas dessa feita já não foi possível repetir a gracinha: os azuis do Restelo ganharam por 2-0.

Ora sabendo já o que é vencer o Marítimo, Brites espera que no domingo também o Moura possa fazer história.

«Espera uma boa moldura humana no estádio, apesar da lotação estar limitada a três mil lugares devido à interdição de duas bancadas que precisam de obras. O Marítimo é um clube que já está entre os grandes há muito tempo, mas o Moura vai lutar até ao fim para fazer a festa da Taça.»