A sofrer até ao fim.

Essa parece ser a sina do Tondela. E nem no dia em que fez história podia ser diferente.

Mas fez história!

A equipa beirã assegurou o inédito apuramento para a final da Taça de Portugal, mas mesmo depois de ter vencido por 3-0 o Mafra na primeira mão da meia-final, tremeu para carimbar a presença no Jamor.

O Mafra marcou a fechar a primeira parte, teve um penálti logo a abrir a segunda, e se Babacar Niasse não tivesse defendido o remate de Pedro Lucas, a tarefa todelense teria ficado muito dura.

Porque mesmo não reduzindo nesse momento a eliminatória para apenas um golo de diferença, o Mafra carregou, pressionou, ameaçou e foi sempre melhor ao longo dos 90 minutos.

Depois de já ter eliminado o Moreirense e o Portimonense nesta edição da Taça, a equipa de Ricardo Sousa bateu-se estoicamente também o Tondela, apesar de isso só ter servido para ficar à porta do Jamor.

O conjunto da II Liga mostrou que quando o treinador dissera que a equipa ainda acreditava, essas não eram palavras de circunstância.

A crença viu-se na intensidade com que os jogadores do Mafra disputaram cada lance. Na pressão alta desde o primeiro minuto. No sufoco constante imposto à equipa da Liga.

O golo de Pedro Pacheco traduziu a superioridade mafrense na primeira parte e o que faltou depois foi exprimir a supremacia clara que teve na segunda parte.

É que além do penálti falhado por Pedro Lucas no segundo minuto da segunda parte, o Mafra perdeu uma mão cheia de oportunidades.

Rodrigo Martins e Francis Cann falharam o alvo em boa posição. Okitokanjo viu fez Niasse brilhar. E a esperança desvaneceu.

No fim, celebrou o Tondela. Suspirou o Tondela. Respirou fundo para agora se concentrar, antes de pensar na final do Jamor, na luta pela permanência.

Que está difícil. Mas é só assim que o Tondela sabe viver. Sempre com as emoções à flor da pele.

Desta vez, a emoção é por viver o ponto mais alto da sua história.

O Tondela está na final da Taça de Portugal. A festa beirã promete ser rija.