*Por Nuno Dantas

O Gil Vicente fez história! Quase quarenta anos depois, a equipa de Barcelos está nas meias finais da Taça de Portugal, depois de ter vencido em casa o Nacional da Madeira por 1-0. Pek’s foi o herói improvável ao apontar o único golo do encontro, aos 31 minutos.

Dois anos depois, os madeirenses voltam a ser eliminados em Barcelos. Na altura, caíram aos pés do Santa Maria, do Campeonato de Portugal. Desta feita foi uma equipa da II Liga a deixar por caminho a turma insular. Em Barcelos houve festa da Taça.
 
Nandinho tinha avisado na antevisão ao jogo que os seus jogadores queriam fazer história e assim foi. E quem viu o emblema do galo na temporada passada, onde desceu de divisão, e quem vê agora, onde está a lutar pelo regresso ao convívio dos grandes. O Nacional bem pode dizer que não teve tempo para recuperar, já que jogou na passada segunda-feira com o Benfica, mas tem de queixar-se de si próprio, pois nunca foi capaz de ultrapassar a bem organizada equipa barcelense, a única do segundo escalão nesta fase da prova.

Logo no segundo minuto a equipa comandada por Nandinho criou perigo e mostrou que queria discutir de igual para igual a passagem às meias finais com os insulares. E assim foi. Dois dias depois de jogar contra o Benfica, Manuel Machado repetiu apenas dois titulares: Salvador Agra e Aly Ghazal. O Nacional tentou assentar arraiais no meio campo do Gil Vicente, mas acabaram por ser os da casa a mandar no jogo, mostrando a razão pela qual já não perdem há 12 jogos.
 
Com uma equipa bem estendida no campo, muito personalizada e a tratar o esférico por «tu», os gilistas começaram a subir no terreno e a remeter o Nacional ao seu meio campo. Depois de algumas ameaças, os galos marcaram mesmo. Num canto, Aly Ghazal ficou a «dormir» e o central Pek’s cabeceou para o fundo das redes.
 
Manuel Machado mexeu na equipa: tirou Jota, que saiu tocado, e colocou um avançado de raiz – o Nacional entrou em campo sem um ponta de lança. Os locais baixaram as linhas e deram a iniciativa de jogo aos forasteiros. Porém, os madeirenses nunca foram capazes de incomodar verdadeiramente a baliza à guarda de Serginho.
 
Como era expetável, o Nacional entrou no segundo tempo à procura do golo do empate. E esteve perto de o conseguir com uma bola no poste de Witi. Esse lance teve o condão de despertar os de Barcelos que começaram a subir no terreno e voltaram a equilibrar as contas. Yartey, com um remate cruzado, também igualou as bolas no ferro.
 
Com o passar do tempo Nandinho foi refrescando a frente de ataque. O técnico do Nacional havia esgotado as substituições logo no primeiro quarto de hora do segundo tempo, sem grandes alterações na exibição insular. Ainda assim a turma madeirense carregou sobre os gilistas nos últimos dez minutos. Os comandados de Nandinho não estiveram pelos ajustes e garantiram a passagem às meias finais da Taça de Portugal.