Por: Nuno Lima, em Serpa

O Gil Vicente cumpriu com o favoritismo teórico e pô-lo na prática para vencer em Serpa e apurar-se para a quarta eliminatória da Taça de Portugal. A equipa comandada por Ivo Vieira bateu o adversário, que milita no Campeonato de Portugal, por 3-0, com dois golos na primeira parte e um na segunda.

Do lado dos da casa, e num estádio cheio, com muito apoio ao Futebol Clube de Serpa, mas também alguns apoiantes do Gil Vicente que atravessaram o país, a equipa comandada por João Daniel Rico caiu de pé perante uma equipa do principal escalão do futebol português.

O Gil Vicente mostrou outros atributos, que ainda não se veem no futebol das equipas do Campeonato de Portugal. Ivo Vieira rodou um pouco a equipa, apostando em alguns jogadores que não são habitualmente titulares e apostou mesmo na estreia absoluta do central Né Lopes na equipa, depois de empréstimos a Leça, Sp. Espinho e Felgueiras nas três últimas épocas.

As apostas do técnico dos barcelenses, que deixou, por exemplo, Fran Navarro, Boselli ou Pedro Tiba no banco de suplentes – lançá-los-ia na segunda parte – foram suficientes, porque embora o Serpa tenha criado meia dúzia de oportunidades/aproximações, estas não chegaram para assustar os gilistas, que tiveram Brian Araújo na baliza, pela segunda vez em 2022/23.

O primeiro golo surgiu aos 15 minutos, numa infelicidade completa de Rui Martins, que ao tentar o corte após cruzamento de Bilel, do lado direito, cabeceou para o fundo da baliza guardada por Titinho, fazendo autogolo.

Depois, dez minutos bastaram para o Gil Vicente dobrar a vantagem, com o iraniano Alipour a fazer o segundo golo da equipa e também o seu segundo golo pelo Gil. O avançado persa recebeu um passe de Fujimoto e fez um chapéu a Titinho.

Na segunda parte, o nipónico Mizuki Arai fez o 0-3 final no marcador, estreando-se a marcar pelo Gil Vicente e dando os números finais à vitória do Gil Vicente que, por terras alentejanas, não permitiu surpresas e cantou de galo para seguir na prova rainha.

Do lado do Serpa, apesar da derrota, a festa da Taça fez-se no Alentejo, com os adeptos a encherem por completo o Manuel Baião. Afinal, não é todos os dias que uma equipa da I Liga joga no Alentejo, já que o Serpa era a única alentejana ainda em prova, tal como na época anterior, quando chegou a quarta eliminatória e foi derrotado pelo Estoril, depois de ter feito sensação ao afastar o Sporting da Covilhã.

O Gil que só tinha ganho duas vezes esta época nas provas internas, ao Paços de Ferreira e ao Marítimo, vai agora mais motivado para defrontar o Desp. Chaves e, em Serpa, fica a experiência motivadora para a deslocação ao Oriental Dragon.

Jogo no Complexo Desportivo Manuel Baião, Serpa.

Ao intervalo: 0-2.

SERPA: Fernando Duarte, Rui Martins (João Mucuia, 46’), Gonçalo Serrão, Yaka Medina, Tounkara (Gonçalo Martins, 83’); Diogo Conceição, Rodrigo Neves, Pedro Seco (Marquinhos, 71’), Razark (Wilson Pina, 71’); Diogo Balau, Iaquinta (António Maior, 78’). Treinador, João Daniel Rico.

GIL VICENTE: Brian Araújo; Danilo Veiga (Carraça, 56’), Né Lopes, Rúben Fernandes, Henrique Gomes; Matheus Bueno (Pedro Tiba, 74’), Vítor Carvalho, Fujimoto (Aburjania, 66’); Bilel (Fran Navarro, 74’), Mizuki Arai (Boselli, 56’), Alipour. Treinador, Ivo Vieira.

Disciplina – cartões amarelos: Bilel, 47’; Henrique Gomes, 85’; Carraça, 90+5’.

Marcador: Rui Martins (p.b.), 15’; Alipour, 25’; Mizuki Arai, 55’.