* Por Mariana Rebelo Silva

Pepa, treinador do Vitória de Guimarães, em conferência de imprensa, após a vitória sobre o Oliveira do Hospital, 0-1, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal:

[As coisas começaram a complicar-se depois do golo. O que é que aconteceu?] «Uma entrada boa, com qualidade e personalidade. Fizemos o primeiro golo. A partir daí... é algo que nos tem acontecido e que está identificado. Agora a questão é resolver. E temos que resolver isto. Quando temos tido adversidades no jogo [falhar o pénalti], a outra equipa cresce emocionalmente e nós caímos por aí abaixo. Não pode ser. Não é a primeira vez que nos acontece. Tínhamos o jogo controlado com o Arouca e a partir do momento que sofremos um golo, caricato, a equipa quebrou muito. Tal como aconteceu com o Benfica, no segundo golo. Hoje, depois desse lance, quando estávamos bem e confortáveis, não nos encontrámos mais. Não tenho problema nenhum em dizer que o Oliveira do Hospital fez por merecer, no mínimo, o prolongamento. O que fica é a passagem [à próxima eliminatória]».

[Uma vez que tem o problema identificado, consegue dizer-nos o que pode fazer? Trata-se de aspeto mental?] «É fácil dizermos que é falta de atitude. É o mais fácil, mas não foi isso. Faltou critério e personalidade dentro de campo para mantermos o nosso jogo, a nossa intensidade e qualidade de jogo. Quando assim é, tornamo-nos irreconhecíveis. O problema está identificado, mas não se resolve com um estalar de dedos. Os jogos têm 90 minutos e não jogamos sozinhos. A equipa consegue ser intensa e ter volume ofensivo. Quando acontece este tipo de situações, desaparecemos dentro de campo. Fica nervosa, ansiosa, precipitada. Temos que resolver, juntos.»

[Disse que ficava a passagem. Mas que sentimento associado? Orgulho, fica?] «Os adeptos que tivemos aqui no sábado de manhã mereciam muito mais. É impossível esquecer o jogo com o Casa Pia. Arrisco-me a dizer até que foi um pouco parecido. O Casa Pia merecia também mais. Aqui, o nosso sonho e ambição são grandes. Ultrapassámos este muro. Tudo o resto, não gostei, não gostámos.»

[Muito mérito do adversário, mas a responsabilidade era toda do Vitória…] «Há muito mérito. Enquanto está 0-0 ou 1-0, tudo é possível. Por isso disse que mereciam o prolongamento. O Oliveira continuou a acreditar e a fazer de tudo para chegar ao golo do empate. E nós não tivemos essa capacidade, mesmo em termos defensivos. Muitos erros na construção, perdas de bola surreais. Falta de atitude… Não vejo as coisas só por aí. Isso é desculpa. É algo que está identificado e temos que resolver isso. Podia-nos ter saído muito caro.»