Suor e sofrimento antes da glória.

O Famalicão passou mal em Matosinhos, foi obrigado a horas extraordinárias, mas alcançou o apuramento com um golo de Cádiz na segunda metade do prolongamento. Depois de 1979, 2001 e 2015, os famalicenses voltam a alcançar os quartos de final da Taça de Portugal.

O Leixões valorizou (e muito!) o triunfo minhoto. O 11.º classificado da II Liga (ninguém diria) fez peito ao adversário do escalão máximo do futebol nacional. Os famalicenses deram uma pálida imagem do seu real valor na etapa inicial e (imagine-se) apenas ensaiaram os primeiros remates à baliza de Stefanovic nos minutos finais da primeira metade, ambos por Gustavo Sá.

O Famalicão poderia ter chegado ao intervalo em desvantagem. Não seria injusto, diga-se. Logo aos oito minutos, Fabinho perdeu o um contra um com Luiz Júnior. Quando não foi o guarda-redes a brilhar, valeu à equipa de João Pedro Sousa o desacerto do oponente – Calasan que o diga!

Os Bebés do Mar foram… uma equipa adulta em campo. Sabem o que querem do jogo, tanto conseguem encontrar espaços dentro do bloco contrário como fora e revelam excelente reação à perda. Não têm, no fundo, medo de jogar e por isso, assustaram o adversário primodivisionário.

FICHA E FILME DO JOGO

Quiçá o Leixões tenha saído para o intervalo com as imagens das duas excelentes oportunidades no subconsciente. Até porque a segunda metade foi diferente embora os matosinhenses tenham começado por cima – Thalis obrigou Luiz Júnior a aplicar-se nos minutos iniciais.

O jogo mudou a partir da hora de jogo. Ficou mais fechado, enfim, o medo de perder foi mais forte que a vontade de vencer e no horizonte começava a desenhar-se o prolongamento. Instantes antes de Luiz Júnior ter feito uma defesa de recurso a cruzamento de Kiki, o Famalicão marcou numa jogada de contra-ataque desenvolvida por Ivo Rodrigues e Rui Fonte até à conclusão de Penetra.

Apesar de uma ou outra transição, o Famalicão procurava guardar no bolso o bilhete para os quartos de final. Porém, nunca se pode subestimar o coração do Leixões e das suas gentes. Foi, pasme-se, com Stefanovic na área que os matosinhenses chegaram ao empate. Cádiz fez falta sobre o guarda-redes e de penálti, Thalis fez o 1-1 aos 90+5.

Houve Taça por mais meia-hora    

A primeira parte do prolongamento foi pouco interessante pese o ligeiro ascendente do Famalicão. O emblema minhoto parecia mais fresco que o Leixões e acabou por alcançar o 2-1 por Cádiz após um excelente passe de Youssouf (108m). O avançado acabou expulso por acumulação de cartões, mas os matosinhenses não foram capazes de aproveitar a superioridade numérica.