Na Azinhaga dos Alfinetes já nem o chão é o mesmo, mas neste domingo o Campo Engº Carlos Salema viveu mais um dia histórico, coroado com o triunfo sobre o Vitória de Setúbal, que garante a passagem do Oriental aos oitavos de final da Taça de Portugal.
 
A ocasião merecia mais do que 782 espectadores, na verdade, e pena é que a chuva tenha contribuído negativamente, mas ainda assim deu para que almas mais vividas recordassem saudosas tardes no mesmo palco.
 
O Oriental já não tem Alfredo Abrantes, Azevedo, Rogério Pipi ou Janos Biri. Nem tão pouco conta com Amílcar Fonseca, Vítor Móia ou o Cruyff de Marvila. Mas foi com Janota, Daniel Almeida, João Pedro, Mota, Valdo Alhinho, Leonel e o treinador João Barbosa, entre outros, que escreveu mais uma página marcante da sua histórica. Pela primeira vez o COL foi «tomba-gigantes» na Taça, eliminando uma equipa de um escalão superior.


 
Os tempos são outros, já se sabe, mas o Oriental parece empenhado em voltar ao primeiro plano do futebol português. Regressou aos escalões profissionais esta época, e agora com este feito na Taça conquistou um espaço nas primeiras páginas dos jornais desta segunda-feira.
 
Mas o dia já seria histórico, mesmo que o resultado tivesse sido diferente. Mais do que não seja porque o Campo Engº Carlos Salema teve o seu primeiro jogo televisionado. E há mais de trinta anos que não acolhia um jogo noturno. A iluminação não o permitia, e para tal ser possível, neste domingo, foi preciso um reforço da potência.
 
«Não foi fácil, tivemos de alugar meios, mas mostrámos que não somos um clube qualquer, sem desprimor para ninguém», disse o presidente do Oriental no final do jogo.
 
José Nabais fez de questão de ir ter com os jornalistas para pedir desculpa pelas condições que o recinto oferece nesta altura. «O nosso clube não estava preparado, em termos de infraestruturas, para esta nova fase da sua vida. Por isso temos feito melhorias pouco e pouco», acrescentou.
 
A própria sala de imprensa, onde José Nabais falou (assim como os treinadores) é nova, refira-se. Foi construído uma espécie de anexo, junto aos balneários, para colmatar esta lacuna, e teve de ser erguido também um muro para delimitar o acesso a este espaço (na foto).


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A equipa de narração e comentário da Sport TV ficou instalada numa «casinha» construída para o efeito, do lado contrário ao da bancada central, para onde passaram os bancos de suplentes.
 
O improviso faz parte da Taça, mas o Oriental procura atualizar-se. Nas infraestruturas, mas também na capacidade desportiva. Sem esquecer o passado, rico, é preciso pensar o futuro com otimismo. Neste domingo a luzes (ribalta) voltaram a acender-se na Azinhaga.