O Sporting defendeu o troféu que conquistou há um ano numa final disputada até à exaustão somando, no Jamor, a terceira vitória em quatro jogos com o F.C. Porto esta temporada. A equipa de Paulo Bento foi superior ao campeão desde o primeiro apito e jogou em vantagem numérica a partir do minuto 70, mas só conseguiu garantir o troféu na segunda parte do prolongamento, com dois golos de Tiuí, quando a equipa do Dragão já não tinha forças para mais.
A conjuntura que se verificou no final do campeonato reflectiu-se na postura das equipas, com um F.C. Porto demasiado descontraído, pouco concentrado e menos habituado à tensão inerente a uma final; e um Sporting mais tenso, mais rápido no ataque à bola e com índices de concentração mais elevados. A este facto juntou-se ainda o evidente desequilíbrio na defesa do campeão, órfã de Bosingwa. Neste quadro, entrou melhor a equipa de Paulo Bento, em clara maioria no meio-campo, com Derlei e Yannick a colaborarem na conquista da bola e um Izmailov inspirado a oferecer dinâmica à ala esquerda.
Uma perda de bola de Pedro Emanuel ofereceu a primeira oportunidade do jogo a Yannick, no que foi uma boa fotografia dos vinte minutos que se seguiriam com um F.C. Porto inexplicavelmente nervoso e um Sporting a carregar no ataque com maior eficácia, somando cinco remates contra zero do campeão nos primeiros vinte minutos. Valeu, nessa altura, à equipa de Jesualdo a concentração de Nuno que deu espectáculo entre os postes com defesas de grau elevado a remates de Derlei, Miguel Veloso e Izmailov. O Sporting ganhava confiança e esteve mesmo muito perto de marcar numa abertura de Romagnoli que permitiu a Derlei atirar para mais uma grande defesa de Nuno que ainda defendeu a recarga do brasileiro.
O F.C. Porto não podia manter a mesma atitude sob o risco de, mais tarde ou mais cedo, pagar caro por isso e reagiu de dentes cerrados, com um jogo mais duro que permitiu à equipa sair do sufoco. Quaresma deu o primeiro sinal de inconformismo com uma trivela da direita para a cabeça de Lisandro. Em poucos minutos, o campeão, com Meireles em destaque, tentou equilibrar a estatística dos remates e também obrigou Patrício a brilhar com uma saída arrojada aos pés de Lisandro. Mas com Polga em dia sim, a reacção portista foi perdendo força e foi o Sporting que acabou a primeira parte por cima, conseguindo, inclusive, levar a bola até às redes de Nuno num lance que Benquerença anulou por uma duvidosa posição irregular de Romagnoli.
O F.C. Porto tentou pegar no jogo a abrir a segunda parte, mas só conseguia chegar perto a baliza de Patrício com pontapés longos para Mariano e Quaresma. No meio continuava a mandar o leão, mais bem posicionado, com Derlei a prender Assunção e Izmailov e Djaló a abrirem espaços nos flancos. Miguel Veloso esteve muito perto de marcar num canto directo mas, mais uma vez, Nuno estava atento. O F.C. Porto teve de forçar nova reacção, sobrepondo os argumentos físicos aos técnicos e o jogo tornou-se mais duro ao ponto de João Paulo perder a cabeça com uma entrada duríssima sobre João Moutinho que obrigou Benquerença, até então contido a nível disciplinar, a puxar pelo vermelho.
Raul Meireles recuou para fechar o flanco esquerdo, Mariano também recuou para o meio-campo e Quaresma aproximou-se de Lisandro no ataque. Uma situação frágil que Jesualdo procurou corrigir com a entrada de Lino. No entanto, a saída de Assunção pareceu ter «prejudicado» as duas equipas, uma vez que os leões perderam dinâmica e sentiram redobradas dificuldades em chegar à baliza de Nuno. O jogo arrastou-se para prolongamento, com o F.C. Porto em crescentes dificuldades físicas e o Sporting a arriscar mais no ataque, com a entrada de Tiuí. Mais cansado parecia estar Olegário Benquerença que aos seis minutos apitou para a mudança de campo (?!). As duas equipas foram buscar forças ao fundo do poço, mas os leões encontraram mais créditos e foram mais felizes pelos pés de Tiuí.
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