Houve Taça em Leiria. Os homens do Lis até marcaram cedo mas adormeceram e foram permitindo ao adversário, da II Divisão, algumas bicadas até ao golpe final, no último minuto de jogo. Com a partida empatada, veio o prolongamento e os madeirenses, animados com a recuperação, voltaram a marcar perante um adversário letárgico, perdulário e que pagou cara a falta de pontaria. Pateiro e, sobretudo, NGal não mereciam este resultado mas para a história vão ficar estes heróis insulares e nomes como Matão, Steve ou Gleibson.

A U. Leiria deu mostras de querer resolver a partida muito cedo, quando chegou ao golo logo no segundo minuto de jogo, por NGal, que aproveitou a entrada descoordenada da defesa madeirense. Parecia que ia ser um encontro fácil para os comandados de Pedro Caixinha, com a diferença de escalões competitivos das duas equipas a vir ao de cima rapidamente, mas, em vez disso, as coisas complicaram-se na exacta medida em que os leirienses resolveram desacelerar e os forasteiros, enchendo-se de brio, começaram a acercar-se da baliza de Mika.

Numa desatenção entre o jovem guarda-redes e a defesa, Matão esteve próximo de obter a igualdade mas o lance foi resolvido por Zé António, colocando a nu fragilidades inesperadas, que haveria de manifestar-se em mais um par de ocasiões. Do outro lado, sofria-se do mesmo mal, embora com atenuantes, e só Adriano, com uma grande defesa, conseguiu parar aquilo que seria um golo estupendo de Silas.

Prometer até aborrecer... e sofrer

Depois do início movimentado da partida, a letargia voltou a instalar-se, num ambiente confrangedor, como se de um jogo à porta fechada se tratasse, tal o silêncio vindo das bancadas. Leandro Lima tentou animar os companheiros com um remate que não passou longe do alvo e os insulares sentiram-se, por momentos, encostados às cordas sem que isso pudesse, todavia, significar quaisquer resultados práticos para os da casa.



Bonito mesmo, só a trivela de Arthuro (estreia absoluta pela U. Leiria), quase sem ângulo, para mais uma grande defesa do guarda-redes insular. Foi o canto do cisne para os da casa. O relaxamento já referido voltou a fazer-se sentir com o aproximar do final do jogo e, desta vez, saiu caro. Mika ainda salvou a equipa à primeira, quando Narcisse lhe apareceu isolado pela frente, mas, à segunda, não evitou o empate de Valter.

A reviravolta completa no marcador aconteceu ainda na primeira parte do prolongamento, por Matão, consumando-se mais uma das surpresas da Taça perante um conjunto leiriense a quem nem o desespero ajudou: houve um golo anulado a Zé António e uma bola no poste num livre de Patrick mas nada mudou.

Ficha de Jogo:

Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria.

Árbitro: Paulo Baptista (Portalegre), auxiliado por Jorge Braga e Luís Tavares.

Quarto árbitro: António Matias.

U. LEIRIA: Mika; Vinícius, Renato Saldanha, Zé António e Patrick; Paulo Sérgio; Leandro Lima (Diogo Amado, 89 minutos), Silas (Ruben Brígido, 59) e Pateiro (Arthuro, 73); NGal e Zhang.

Suplentes não utilizados: Gottardi, Hugo Gomes, Diego Gaúcho e Carlão.

Treinador: Pedro Caixinha.

U. MADEIRA: Adriano; Tiago, Emerson, Fábio e Alex; Toni; Vitor Hugo (Narcisse, 46), Steve (Valter, 81), Gleibson (Bertinho, 68) e Hugo Santos; Matão.

Suplentes não utilizados: Christopher, Carlos Manuel, Celsinho e Roberto.

Treinador: Daniel Ramos.

Ao intervalo: 1-0.

Marcadores: NGal (2), Valter (90) e Matão (102).

Disciplina: cartões amarelos para Emerson (38), Fábio (51), Paulo Sérgio (71), Tiago (77), Zé António (91), Matão (98), Toni (99) e Arthuro (113).