Não foi um jogo bonito, nem o podia ser face à muita chuva que caiu. O Marítimo continua sem marcar e a marcar passo neste começo de temporada. Um desaire caseiro confirmou as piores expectativas. A segunda mão, pelo que foi visível, será muito complicada para os madeirenses. A equipa de Emery jogou o quanto baste para vencer e deu até para fazer descansar alguns titulares. A matreirice e experiência europeia de uma equipa que vale 127 milhões de euros ficou em patente. Lori Sandri tem razões para estar apreensivo.
A muita chuva que caiu antes e durante o jogo, tornou o relvado escorregadio e ainda em piores condições das já esperadas. Os dois técnicos apostaram em surpresas no ¿onze¿. Mas Lori Sandri pareceu não acreditar que o Valência fosse colocar dois homens na frente. Assim, com Morientes e Zigic na zona mais próxima da baliza de Marcos, Olberdam foi obrigado a recuar para terceiro central marcando o «gigante» sérvio. O brasileiro teve de apostar num 3x5x2 para a sua equipa, quando provavelmente teria apostado num 4x3x3. Por seu turno, Emerey fez descansar muitos dos habituais titulares, entre eles, «o matador» Villa.
Empurrados pelo «Caldeirão» e perante um conjunto espanhol algo adormecido, foi mesmo a equipa da casa que conseguiu o primeiro canto aos sete minutos. E causou algum perigo para defesa valenciana.
Morientes não perdoa
Apesar do entusiasmo que os adeptos locais mostravam, se já estavam frios face à chuva que caia, mais frios ficaram quando, aos 12 minutos, após um bom passe de Miguel, Fernando Cardozo foi batido por Morientes e este não perdoou abrindo o activo. E Sandri antes do jogo tinha dito que um bom resultado passava por não sofrer golos¿
Marcinho ainda tentou esboçar uma reacção, quando aos 21 minutos, após uma boa iniciativa individual rematou rasteiro mas à figura de Rennan. Pedro Moutinho também não fez melhor quando aos 23 aproveitou uma falha de Helguera, só que na área atrapalhou-se e o seu remate foi contra um defesa, valendo apenas um canto.
O Valência ia fechando os caminhos para a sua baliza e mostrava matreirice. Sempre que se aproximava da baliza de Marcos, criava algum perigo. Helguera rematou aos 30 minutos, com muito perigo, mas ao lado.
Cardozo assusta
À passagem da meia hora, os verde-rubros pareceram ganhar novo ânimo. E após um livre de Bruno, Fernando Cardozo cabeceou à vontade, mas Renan defendeu em dois tempos, embora com dificuldade. Perdeu-se uma boa situação para os madeirenses.
Até ao final do primeiro tempo, destaque para uma falta não assinalada pelo juiz suíço Circhetta, quando Moutinho foi agarrado por Helguerra num lance em que podia isolar-se.
Marcinho bem tentou
A segunda parte também não trouxe muitas novidades ao jogo. Mas ao minuto 50, Angulo isolou-se após um bom passe de Zigic, rematou e caiu, parecendo derrubado por João Guilherme.
As mudanças operadas pelo treinador do Marítimo, também não mexeram muito. O esquema manteve-se, havendo apenas uma troca de jogadores. O conjunto de Emery ia gerindo a vantagem e queimando tempo, perante alguma passividade da arbitragem. E pouco ou nada arriscava em termos de chegar à baliza contrária.
Marcinho sempre ele, rematou forte, aos 69 minutos, mas Renan defendeu bem para canto. Na sequência, após cruzamento de Manú, João Guilherme elevou-se bem, mas cabeceou ao lado.
Aos 77 minutos, Angulo estava bem colocado na pequena área, rematou rasteiro e Cardozo no chão evitou o pior. Na parte final da partida, já com Villa em campo, este goleador teve o 0-2 nos pés mas falhou de forma incrível. Um minuto antes, Pablo obrigou Marcos à defesa mais apertada da noite.
Já ao cair do pano, após um cruzamento de Briguel, Fogaça cabeceou bem, mas acertou no poste. Não há maneira de esta equipa marcar...