Definitivamente a Pedreira tem excelentes vistas sobre a Europa. O Sp. Braga continua a dar que falar na Taça UEFA, uma prova que, recorde-se, começou a disputar em inícios de Agosto e à qual chegou através da Taça Intertoto. Doze jogos depois de iniciar esta longa cruzada, a equipa está a um pequeno passo de repetir os oitavos.
Esta noite, naquele que Jorge Jesus considerou o jogo mais difícil da prova depois do confronto com o Milan, a equipa portou-se de uma forma excelente, como é norma na Europa, e garantiu uma vantagem confortável. Não é completamente segura porque já deu para ver que o Standard Liège tem a força toda no ataque, mas é muito animadora.
Uma vantagem conseguida com alguma fortuna, é verdade, mas sobretudo com muito esforço. Perante um adversário que tem realmente qualidade no ataque, o Sp. Braga respondeu com concentração, organização e enorme atitude. Esteve personalizado, soube marcar os ritmos de jogo e teve a felicidade de marcar nos momentos certos.
Marcou dois golos, aliás, em menos de meia-hora. Dois golos concretizados em três oportunidades, numa altura em que também o Standard já tinha ameaçado Eduardo um par de vezes. Primeiro numa obra de arte de Rentería, depois numa falha de nervo do Standard, que com enorme apatia deixou a bola chegar a Leone para um tiro de fúria.
A vantagem não era fortuita porque o Sp. Braga mostrava vontade de marcar a qualquer altura. Mas era feliz. Até essa altura o Standard não tinha sido inferior. A partir daí, sim, o Braga foi superior. Mesmo sem ter a bola, controlou o jogo, manteve as marcações apertadas e o perigo distante da baliza. Pelo meio Luís Aguiar quase marcava de cabeça.
Cada vez mais Braga... um grande na Europa
O melhor Sp. Braga, porém, surgiria na segunda parte. Um Sp. Braga personalizado, maduro, seguro, muito confiante e que banalizou completamente o adversário. Só por uma vez, aliás, num cabeceamento de Mbokani pouco por cima da barra, é que o Standard ameaçou a vantagem bracarense. Muito pouco para quem tinha de marcar.
O crescimento bracarense tornou-se, de resto, proporcional à queda do adversário. A equipa soube manter o jogo como lhe convinha, calmo, calminho, enquanto ia lançando um ou outro aviso como quem não dava por isso. César Peixoto, por exemplo, ficou perto de marcar num livre.
Já nos dez minutos finais, que é sempre uma boa altura para marcar, Alan fez a assistência e Luís Aguiar marcou o terceiro. Aproveitando mais uma vez o calcanhar adversário: a defesa. Três-golos-três que constroem uma vantagem muito boa. A equipa está quase a entrar nas dezasseis melhores da prova. Pelo segundo ano consecutivo. Não digam que não é grande em Portugal. É grande, sim. Até na Europa.