Fiquem com a vitória, que até ajuda no ranking, que nós ficamos com a eliminatória. Poderia ter sido este o diálogo entre adeptos da U. Leiria e do Leverkusen no final do encontro. Foi exactamente o que se passou. Os leirienses deram uma excelente imagem, foram superiores ao adversário, e estiveram muito perto de conseguir o «milagre», mas a frieza e experiência germânicas foram mais fortes.
A U. Leiria teve um início completamente atípico para aquilo que costuma fazer em casa. E dizemos atípico porque os comandados de Paulo Duarte entraram na partida com uma acutilância impressionante e, aos 3 minutos, já estavam na frente do marcador, graças a uma jogada perfeita entre Toñito e Cadu, com este último a concluir com facilidade.
A essa entrada de rompante, respondeu o Bayer com dois ou três lances de grande perigo até ao empate, mais uma vez num lance de belo efeito, quase geométrico. Era um balde de água fria quando se pensava que os leirienses tinham tudo para fazer o «xeque-mate» aos alemães, mas a verdade é que os da casa não perderam a embalagem e voltaram a ficar por cima no marcador aos 12 minutos, com um golo de João Paulo, por sinal também na conclusão de uma bela jogada de entendimento com Maciel.
Depois de um quarto-de-hora vertiginoso, o ritmo de jogo baixou, o Bayer Leverkusen começou a acertar nas marcações e já não permitiu veleidades aos leirienses. A toada prolongou-se pela segunda parte, quando o técnico germânico decidiu retirar um avançado, Papadoupolos (o autor do golo do Leverkusen) para lançar um médio de contenção, Schwegler.
Os alemães passaram, então, a dominar as operações a meio-campo e tornava-se evidente que os leirienses teriam de ir ao banco se quisessem mudar alguma coisa. Maciel deu lugar a NGal, mas a tendência do jogo não se alterou. Antes pelo contrário. Experientes, os alemães souberam arrefecer a partida e a União foi no engodo.
Envolvido numa teia musculada, a equipa da casa passou a sentir grandes dificuldades para chegar à baliza de Adler e até se desorientou, perdendo-se em faltas desnecessárias e recorrendo à força quando lhe faltavam outros argumentos.
Nos últimos instantes, o Leiria tentou o tudo por tudo, com um coração enorme, mas a manta não esticou: o Bayer aproveitou e sentenciou a eliminatória ao chegar ao empate, pelo profícuo Kiesssling.
Num acesso de brio, Laranjeiro ainda voltou o marcador a favor dos leirienses e, se a passagem à fase de grupos já estava comprometida, ficaram pelo menos os pontos, para ajudar no tal ranking «uefeiro».