Ulisses Morais garante que o balneário da Académica está vedado à euforia. O jogo do ano em Coimbra está próximo mas é preciso abordá-lo com inteligência e serenidade para não deixar fugir uma oportunidade de ouro. A emoção dos adeptos não pode contaminar a equipa, quando o Jamor está tão perto.

«A ansiedade não existe entre nós. Apenas surge quando temos medo ou dúvidas. Quando não sabemos se o nosso quadro é negro ou branco. Quando ele é cinzento, temos dúvidas, e ele passa rapidamente a negro. Não podemos ignorar que estamos a perder por 1-0, mas isso não nos pode condicionar, nem ser decisivo. É um jogo diferente e o fundamental é saber como se quer ganhar. Não nos podemos deixar levar pela emoção do adeptos», garante o técnico da Briosa.

Ulisses Morais não esconde a relevância desta meia-final mas garante tê-la preparado como outras partidas, sem privilégios especiais: «Se fosse o encontro mais importante da minha carreira, os outros não teriam tido importância. É uma possibilidade do meu currículo sair reforçado, e isso não me passa ao lado, mas não o tratei de forma diferente. Falei em termos simples aos jogadores. Quando se prepara um jogo, independentemente de como os outros olham para ele, o nosso sentimento é sempre de grande rigor. Trabalhamos de forma muito igual.»

«Vida ou morte? Entrega total»

O técnico tem uma ideia muito precisa sobre aquilo que quer da equipa e espera dos jogadores. «Não é uma questão de morte mas de entrega total, saber jogar de forma inteligente e conscientes de que a nossa dimensão tem a ver com o nosso investimento. Quanto mais investirmos no nosso compromisso, mais felizes vamos ser. Temos um plano A, um plano B, uma ideia muito clara sobre como queremos estar no jogo. Temos identificados os factores de prevenção e risco. Não podemos ficar demasiado emotivos, mas ter controlo, de forma a gerir a partida com inteligência, seguros e conscientes, para podermos ler o que se está a passar.»

Do V. Guimarães, também bem estudado, Ulisses fala apenas o essencial porque está mais preocupado com a sua equipa: «Sei do valor individual e colectivo do Vitória, da grandeza do clube, e dos profissionais que lá trabalham. Mas se nos concentrarmos demasiado no adversário, perdemos o foco em nós. Temos de saber e controlar o estado em que estamos. A condição do adversário, podemos prevê-la mas não a sabemos. Para já, satisfaz-me bastante o estado em que estamos e é isso que mais me motiva. A valia do adversário é nosso barómetro e sabemos que pode estar sempre melhor do que no jogo anterior.»