O recurso do Manchester City será analisado em junho, depois de o clube ter sido banido por duas épocas das provas da UEFA devido ao incumprimento de regras do fair-play financeiro, informou esta terça-feira o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS). 

Após o recurso colocado pelo campeão inglês, onde jogam Bernardo Silva e João Cancelo, o TAS reservou o período de 8 a 10 de junho para o caso, sendo que ainda não foi clarificado se a audiência será realizada no tribunal ou através de videoconferência. 

Embora não haja uma data exata para saber o veredicto, prevê-se que o caso seja encerrado antes de serem conhecidas as equipas inglesas que vão participar no sorteio das competições europeias na época 2020/21.

Os citizens foram banidos em 14 de fevereiro, após a UEFA fechar o processo por concluir que existiram «quebras significativas» das leis do fair-play financeiro estabelecidas pelo organismo de cúpula do futebol europeu, nomeadamente através da sobrevalorização das receitas de patrocínios entre 2012 e 2016.

Além de duas épocas ausente das provas da UEFA, o Man. City teria de pagar uma multa de 30 milhões de euros.

A investigação arrancou de forma oficial em março de 2019 e teve por base uma série de documentos publicados pelo Football Leaks, do português Rui Pinto, e divulgados pela revista alemã Der Spiegel em novembro de 2018.

Entre os documentos e correspondência eletrónica estavam provas de como o dono do clube, Mansour Bin Zayed Al Nahyan, da família no poder em Abu Dhabi, financiava grande parte do acordo anual de patrocínio com a companhia aérea Etihad.

Segundo um dos e-mails, apenas oito milhões viriam diretamente da Etihad na temporada de 2015/16, uma das abrangidas pela investigação, com o resto a chegar do Abu Dhabi United Group, a empresa que detém o City, o que constitui uma forma de contornar as regras implementadas sobre o máximo que um dono pode investir na equipa, camuflando-as de receitas com patrocínios.

Este é o segundo processo de fair-play financeiro a envolver os bicampeões ingleses, que em 2014 foram multados em 60 milhões de euros.