O ministro dos desportos russo, Vitaly Mutko, quer ver os dois maiores clubes da Crimeia a jogar no campeonato russo, após a anexação da província pela Rússia, e tem o acordo da FIFA. Em causa estão o Tavriya Simferopol, onde jogam os portugueses Nuno Pinto e David Caiado, e o FC Sevastopol, que militam ainda no campeonato ucraniano. A federação de futebol da Ucrânia diz que os dois clubes vão continuar a disputar a liga até ao final da época, maio.

No final de uma reunião com a FIFA, o ministro russo mostra-se otimista no acordo da organização quanto à integração destes dois clubes no campeonato da Rússia.

«Este assunto foi discutido e disseram-me que a integração dos clubes é uma realidade. Há dois novos clubes no campeonato russo e vão funcionar dentro das regras desportivas do nosso país», disse Vitaly Mutko.

«Nós queremos ter relações amigáveis com a Ucrânia e não tencionamos destruir a integridade do campeonato deles. No final da época, em maio, voltaremos a discutir este assunto», frisou.

Já Nikolai Gostev, presidente da federação de futebol da Crimeia também quer a integração, mas avisa que o processo necessita de tempo. «Nós queremos fazer parte da União de Futebol da Rússia (RFU), mas não é assim tão simples. Temos que ser libertados pela federação ucraniana primeiro, e depois aceites na união russa», frisou, explicando que já falou com o presidente da entidade russa, que agendou para a reunião da UEFA, de 27 de março, uma resolução do assunto.

A integração de dois novos clubes pode obrigar a mudanças na primeira liga do campeonato russo, de 16 para 18 equipas.

O presidente do FC Sevastopol, Alexander Krasilnikov, avisa que o clube não quer ser colocado numa divisão inferior. «O nosso clube não quer continuar a jogar ao nível a que está habituado, e não ser relegado para divisões inferiores. A primeira liga russa está preparada para nos receber? Vamos escrever ao presidente da RFU para discutir estas questões».

Krasilnikov já pediu, na passada sexta-feira, a demissão do cargo que ocupava no comité executivo da federação ucraniana, por considerar que, «como cidadão russo» desde a integração, não deve continuar a exercer esse papel».